Com um dado de Produto Interno Bruto (PIB) vindo dentro do esperado, em 0,9% no trimestre, o ministério da Fazenda comunicou que a projeção de crescimento econômico para 2024 deve ser revisada para cima.
A projeção do PIB pela pasta é de atuais 3,3%.
“O crescimento econômico no terceiro trimestre foi superior à projeção exibida no Boletim Macrofiscal de novembro, realizada com base em indicadores coincidentes já disponíveis até 11 de novembro. Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços”, diz a nota técnica do Ministério da Fazenda.
Segundo o ministério, os resultados do terceiro trimestre mostraram que a economia brasileira ‘seguiu em ritmo robusto de expansão’ mesmo com menores impulsos fiscais.
O crescimento econômico, na análise da pasta, foi impulsionado pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos.
“Pela ótica da demanda, essa expansão se refletiu em forte expansão do consumo das famílias e, principalmente, do investimento. A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem”, diz a Fazenda.
No documento, ainda é citado que os juros mais altos – tema que gera atritos entre o Planalto e o Banco Central – deve ser um limitador para o crescimento do PIB.
“A política monetária mais contracionista deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos. Ainda assim, impulsos positivos devem vir do mercado de trabalho, que deverá seguir resiliente, estimulando a produção e o e consumo das famílias”.
A expectativa da pasta é de que em 2025 se tenha boas perspectivas para setores menos cíclicos, como a agropecuária e a produção extrativa.
“O bom desempenho dessas atividades deve ajudar a mitigar a desaceleração esperada para as atividades cíclicas, mais impactadas pelo aumento dos juros e pelos menores estímulos fiscais”.
Dados do PIB superam projeções
O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 0,9% no 3º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo mostrou nesta terça-feira (3) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O crescimento econômico totalizou R$ 3 trilhões, em resultado dentro do esperado pelo mercado. O dado representa desaceleração ante o 2º trimestre, quando a alta foi de 1,4%.
Na comparação com o 3º trimestre de 2023, o crescimento foi de 4%. Com o resultado, a economia brasileira acumulou alta de 3,3% no ano e de 3,1% nos últimos quatro trimestres.
Olhando para os setores, altas nos Serviços (0,9%) e na Indústria (0,6%) contribuíram para a taxa positiva no trimestre em questão.
Na contramão o segmento de Agropecuária recuou 0,9% no período.
Pela ótica da despesa, o Consumo das Famílias teve um salto de 1,5%, enquanto o Consumo do Governo cresceu 0,8% e os Investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) registraram crescimento de 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
A taxa de investimento foi de 17,6% do PIB, acima dos 16,4% registrados no terceiro trimestre de 2023, ao passo que a taxa de poupança foi de 14,9%, abaixo dos 15,4% de igual período do ano anterior.