O Conselho Federal de Medicina (CFM) vai pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta última terça-feira (21), que o PMMA – polimetilmetacrilato, tipo de substância plástica também usada para fins industriais –, seja banido em procedimentos estéticos.
O pedido marca uma mudança no posicionamento do Conselho que, até julho do ano passado, defendia que “apenas os médicos possuem a formação e capacitação para o uso dessas substâncias” e criticava a aplicação do produto por pessoas que não possuem formação em medicina.
O que é o PMMA e quais são os riscos?
Segundo a Anvisa, existem registros dessa substância para preenchimento subcutâneo, ou seja, para tratar correção de alterações, como irregularidades e depressões no corpo, além de corrigir alteração no organismo que leva à concentração de gordura em alguma parte da extensão corporal, há mais de 10 anos no Brasil.
Apesar de não ser contraindicada a aplicação da substância no corpo pela Anvisa, não há indicação para uso do produto em caso de “aumento de volume, seja corporal ou facial”. É classificado no grupo de “máximo risco” pela Agência.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o PMMA é indicado para correção de sequelas de tumores, rugas, pequenas cicatrizes e enfermidades faciais congênitas, como o lábio leporino, mas não recomenda o uso da substância para fins estéticos, em razão de complicações e processos inflamatórios e infecciosos que podem causar “danos estéticos e funcionais desastrosos e irreversíveis”.
O PMMA também pode ser usado para para a produção de plásticos e fibras acrílicas, por exemplo, mas com concentrações diferentes do que quando é aplicado no corpo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o ácido hialurônico é mais seguro para ser utilizado com finalidade estética, por ser uma substância “que faz parte do corpo”.