O esboço de programa de governo de Lula (PT), divulgado na segunda-feira (6), mostra como a Lava Jato mudou o modo como o partido encara o combate à corrupção.
No trecho que fala sobre combate aos desvios de recursos públicos, o texto defende o respeito ao devido processo legal e às garantias fundamentais, referência à prisão de Lula, considerada injusta pelo partido.
O tom contrasta com o de 2014, última eleição antes do auge da Lava Jato, em que o programa da então presidente Dilma Rousseff não tinha essa preocupação com os direitos individuais.
O documento chegou a exaltar a “nomeação de procuradores da República que garantiram, de fato, a plena autonomia funcional ao Ministério Público Federal”. Anos depois, a força-tarefa da operação no MPF entraria na mira do partido.
Há oito anos, o PT também se dizia a favor a reforma do Código de Processo Penal, para agilizar os processos judiciais.
Desde então, os programas do partido esqueceram o tema, que foi uma das dez medidas contra a corrupção defendidas pela Lava Jato. Entre as propostas da reforma, atualmente em discussão na Câmara, estão a prisão após condenação em segunda instância e restrições ao habeas corpus.