Na edição desta segunda-feira (06) da Live UOL, o colunista Felipe Moura Brasil comentou o plano de governo da chapa Lula-Alckmin, encaminhado hoje aos partidos aliados, pela coordenação da campanha lulista.
O documento, de 17 páginas, apresenta de forma suavizada as ideias da ala mais de esquerda do Partido dos Trabalhadores.
Dos 90 parágrafos do esboço, constam desejos já conhecidos, como a legalização do aborto e a volta do imposto sindical, mas apresentados de forma enrustida, protegidos pelo eufemismo (de assegurar às mulheres o “exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos”) e pela dissimulação (“a construção de uma nova legislação” que “fortaleça os sindicatos”). O texto combina com a prática de Lula de adaptar seus discursos de acordo com a plateia.
A proposta de revogação do teto de gastos embute a promessa de “recolocação dos pobres e trabalhadores no orçamento”, calcada no alicerce moral do cuidado, do altruísmo e da generosidade, quando, na verdade, o teto limita as despesas totais, impedindo a mamata dos políticos e exigindo a determinação de prioridades.