A produção da indústria nacional teve alta de 1,1% na passagem de novembro para dezembro, com expansão em dez dos 15 locais pesquisados. Com o resultado do último mês do ano, 2023 termina com variação de 0,2% em relação a 2022, apresentando taxas positivas em dez dos 18 locais analisados. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As maiores altas do ano foram os resultados de Rio Grande do Norte (13,4%) e Espírito Santo (11,1%), que aconteceram, principalmente, devido às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel e gasolina automotiva) e produtos alimentícios (amendoins, castanhas de caju e semelhantes torrados ou salgados e pães, bolos, doces e outros produtos similares produzidos em padarias), no primeiro, e de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e óleos brutos de petróleo) no segundo.
Já o Rio de Janeiro exerceu a principal influência no acumulado do ano, mostrando um crescimento de 4,5%. “Esse resultado pode ser explicado pelo desempenho do setor extrativo e de derivados do petróleo, dois segmentos bastante atuantes na indústria fluminense”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Goiás (6,1%), Pará (5,4%), Mato Grosso (5,2%), Minas Gerais (3,4%), Amazonas (2,1%), Pernambuco (1,9%) e Paraná (1,5%) também registraram crescimento na produção no índice acumulado em 2023.
“Em 2023, há um arrefecimento não só do ritmo da indústria regional, mas da indústria como um todo. A evolução de determinados fatores conjunturais relacionados à taxa de juros e ao mercado de trabalho permitiu, a partir do segundo semestre, uma melhora no comportamento da produção industrial, mas ainda distante de patamares mais significativos. Predominou, portanto, um ritmo de produção arrefecido e moderado na indústria”, destaca Bernardo.
Por outro lado, Ceará (-4,9%), Maranhão (-4,8%) e Rio Grande do Sul (-4,7%) registraram as quedas mais expressivas no índice acumulado no ano. Isso ocorreu, principalmente, em função dos recuos assinalados nos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios (vestuário infantil e seus acessórios de malha, calcinhas, bermudas, jardineiras, shorts, calças e semelhantes, camisas, blusas e semelhantes, calças compridas, sutiãs e vestidos), produtos químicos (herbicidas para plantas e inseticidas para uso na agricultura) e produtos de metal (rolhas, tampas ou cápsulas metálicas, recipientes de ferro e aço para transporte ou armazenagem de gases e latas de alumínio para embalagens), no primeiro local; de metalurgia (óxido de alumínio), no segundo; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, naftas e óleos combustíveis), máquinas e equipamentos (máquinas para colheita, semeadores, plantadeiras ou adubadores, tratores agrícolas e ferramentas hidráulicas de motor não elétrico de uso manual), produtos alimentícios (carnes e miudezas de aves congeladas, frescas ou refrigeradas, carnes de suínos congeladas, rações, sucos integrais de uva, leite esterilizado/UHT/Longa Vida e tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja) e produtos de metal (armas e suas partes, peças e acessórios e artefatos de alumínio para uso doméstico), no último.
Região Nordeste (-3,5%), Bahia (-1,8%), São Paulo (-1,5%), Santa Catarina (-1,3%) e Mato Grosso do Sul (-0,7%) mostraram as demais taxas negativas no indicador acumulado do período janeiro-dezembro de 2023. “São Paulo foi responsável pela maior influência negativa no resultado nacional. A indústria paulista teve comportamento semelhante ao da indústria nacional, também sendo afetada por taxas de juros elevadas e oferta reduzida de crédito”, acrescenta Bernardo. Ele lembra que dez das 18 atividades pesquisadas dentro da indústria paulista obtiveram resultados negativos, destacando-se os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; e de produtos químicos.
Dez dos 15 locais pesquisados apontaram resultados positivos em dezembro frente a novembro
Na comparação com o mês anterior, em dezembro de 2023 a produção da indústria apresentou alta de 1,1%, com dez dos 15 locais pesquisados apontando resultados positivos. Os avanços mais expressivos vieram de Pernambuco (11,6%), Amazonas (7,4%) e Santa Catarina (7,2%), com o primeiro local revertendo perda de 11,1% verificada no mês anterior; o segundo interrompendo três meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou redução de 14,3%; e o último voltando a crescer, após recuar 1,4% em novembro.
Ceará (5,0%), Goiás (5,0%), Espírito Santo (3,2%), Pará (2,9%), Região Nordeste (2,7%) e Rio Grande do Sul (2,0%) também tiveram taxas positivas mais intensas do que a média nacional (1,1%). Minas Gerais (0,2%) completou a lista de locais com índices positivos em dezembro de 2023.
No sentido oposto, Rio de Janeiro (-4,7%) e Paraná (-4,0%) foram responsáveis pelas reduções mais intensas nesse mês, com ambos eliminando parte dos avanços observados em novembro: 4,9% e 4,8%, respectivamente. Mato Grosso (-3,3%), São Paulo (-2,1%) e Bahia (-1,4%) mostraram os demais resultados negativos em dezembro.
Em relação a dezembro de 2022, 12 locais tiveram alta
No confronto entre os números de dezembro de 2023 e dezembro de 2022, o setor industrial cresceu 1,0%, com 12 dos 18 locais pesquisados obtendo resultados positivos.
Espírito Santo (31,4%), Rio Grande do Norte (25,7%), Goiás (22,0%), Pernambuco (15,4%) e Pará (14,6%) tiveram avanços de dois dígitos, sendo os mais intensos. Minas Gerais (6,6%), Ceará (6,2%), Rio de Janeiro (5,5%), Bahia (5,0%), Santa Catarina (3,6%), Região Nordeste (2,8%) e Mato Grosso (1,9%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no índice mensal de dezembro de 2023.
Por outro lado, Maranhão (-11,4%) e Rio Grande do Sul (-8,3%) tiveram as quedas mais acentuadas. Mato Grosso do Sul (-6,0%), Paraná (-3,0%), Amazonas (-1,5%) e São Paulo (-1,0%) mostraram os demais resultados negativos em dezembro.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, relativa a janeiro de 2024, será em 13 de março.