Estão paralisadas desde a virada do ano segundo o jornal O Globo, as operações da mina que a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) mantém no município de Caetité, no sudoeste da Bahia, para a extração de urânio.
Administrada pela estatal, a estrutura era a única do tipo em operação no país e, desde 2020, vinha fornecendo o material às usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ), onde o urânio é utilizado como combustível.
A interrupção nos trabalhos aconteceu logo após a virada do ano. Caetité foi atingida por um vendaval no dia 2 e, em decorrência dele, a INB precisou fazer reparos na mina, também danificada pela chuva. O caso foi comunicado ao Ibama e à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que, agora, precisa enviar técnicos ao território baiano para analisar as modificações e restabelecer a produção.
Sem alterações nos próximos dias, o país completará segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, esta semana um mês sem produzir urânio. A mineração vinha funcionando desde dezembro de 2020, quando foi retomada pela gestão de Bento Albuquerque no Ministério de Minas e Energia. Antes, ficou cinco anos em suspensão.
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No últimos dias 15 e 16, o presidente da INB, Adauto Seixas, esteve em Caetité, visitando as instalações. Depois, no dia 23, reuniu-se com a cúpula da CNEN.
Ainda assim, Seixas, funcionário de carreira apadrinhado por Rodrigo Pacheco, está sob críticas de representantes do setor nuclear. A crise na Bahia é creditada por eles a uma dita inércia da gestão de Seixas na INB, de setembro para cá.