Valor é referente aos oito meses de 2021 comparados a todo o ano de 2020, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM)
Considerado um dos metais mais versáteis do mundo, o níquel é componente de diversos produtos comuns no nosso dia-a-dia. O minério possui uma larga utilização na indústria, com o intuito de garantir mais qualidade ao ferro para a fabricação do aço inoxidável e, junto com o cobre, aumentar a resistência à corrosão. Além disso, também é utilizado na produção de baterias para carros elétricos, moedas, bijuterias.
Atualmente, a Bahia lidera a produção nacional de níquel, conforme dados obtidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM). De acordo com os números, a produção mineral comercializada (PMC) até agosto de 2021 já é superior em mais de 70%, em comparação a todo o ano passado, além de ter ultrapassado o estado de Goiás, que ocupava a liderança em 2020. Este ano, a produção de níquel na Bahia já ultrapassa 800 milhões de reais, enquanto em todo o 2020 foi de pouco mais de 480 milhões. Já a produção goiana, até agosto deste ano, é de aproximadamente 540 milhões.
Na Bahia, a extração do minério é realizada no município de Itagibá (situado a 370 quilômetros de Salvador), pela Atlantic Nickel, que produz o níquel sulfetado, componente, agora, essencial para a produção de baterias para carros elétricos. O mercado possui alta demanda no continente europeu e asiático principalmente devido ao caráter sustentável deste tipo de automotor.
Para o CEO da Atlantic Nickel, Paulo Castellari, esse é um mercado em ascensão e a demanda pelo minério será cada vez maior. “A indústria da mineração vai viabilizar que todos nós tenhamos um futuro melhor. Viver em um mundo com menos emissões de gases de efeito estufa, onde as coisas são mais eficientes. O níquel é um metal essencial para a indústria de baterias elétricas. O carro elétrico hoje é o que, obviamente, chama mais atenção pela utilização de baterias, mas tudo ao nosso redor tem bateria, e na Europa, na América do Norte, a gente também começa a ver uma tendência muito forte de eletrificação nas casas, nos lares”, defende Castellari.
A empresa opera através de um contrato de pesquisa complementar e arrendamento com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). Os trabalhos de pesquisas executados pela empresa pública baiana entre os anos de 1989 e 2000 estimaram um depósito de níquel no Complexo Mirabela, com recursos da ordem de 40 milhões de toneladas de minério.
O presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, ressalta a importância da pesquisa e da instituição para o avanço da mineração na Bahia. “Nosso estado é um dos estados mais bem estudados geologicamente. Ao longo dos anos, trabalhamos no processo de pesquisa para mostrar o enorme potencial mineral da Bahia e seguir com a nossa missão de trazer investimentos privados para o estado, que vão impulsionar o desenvolvimento, gerando emprego e renda para os baianos. Afinal, minérios a Bahia tem”, enfatiza Tramm.