O Brasil deverá produzir 6 bilhões de litros de etanol de milho na safra 2023/2024 (abril/março), alta 36,7% em relação ao ciclo 2022/2023, estimou nesta terça-feira a União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
De acordo com o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, ao analisar os últimos seis anos, é possível ver um “crescimento exponencial do setor”, que produziu 520 milhões de litros de etanol de milho na safra 2017/2018.
“Mesmo com todas as adversidades enfrentadas por efeitos como pandemia, redução da atividade econômica, políticas tributárias e processo eleitoral, deveremos fechar a próxima safra com crescimento de 1.053% em relação a 2017”, disse ele em nota.
As projeções serão apresentadas nesta terça-feira ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
O próximo ano safra de etanol deve iniciar com 20 indústrias autorizadas para produção localizadas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo, duas a mais do que no ciclo 22/23.
O aumento da capacidade produtiva também é resultante da incorporação de tecnologia nas unidades já em operação, ampliação de algumas indústrias e inauguração de novas unidades.
Em 2022, a Inpasa, grupo com atuação no Paraguai e no Brasil, iniciou a operação da unidade de Dourados (MS) e dobrou a capacidade produtiva no mesmo ano, disse a Unem.
Neste primeiro semestre de 2023, a Inpasa deverá duplicar a capacidade da planta de Nova Mutum (MT). A indústria ALD BIO também vai aumentar a produção em Nova Marilândia (MT), acrescentou a associação.
Além disso, o grupo FS Bioenergia iniciará a operação de sua terceira unidade, localizada em Primavera do Leste (MT) no início da safra 23/24.
A Neomille, do Grupo Cerradinho Bio, deverá iniciar a produção de etanol de milho em Maracaju (MS) até meados da safra 23/24.
Segundo Nolasco, a transformação de excedentes exportáveis de milho em biocombustível, produtos para nutrição animal e cogeração de energia “ativa uma economia circular sem precedentes com importante responsabilidade e participação nas agendas globais de aumento da produção e oferta de alimentos, transição energética e descarbonização”.
A entidade destacou ainda que, diferente do etanol de milho produzido nos Estados Unidos, o Brasil possui “externalidades únicas da agricultura tropical que permitem produzir alimentos, biocombustíveis e fibras em sistema de rotação de culturas e plantio direto, viabilizando de duas a três safras em um mesmo ano”, otimizando o uso do solo.