Procuradores que integraram a Operação Lava Jato em Curitiba – entre eles, o então coordenador da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol – reiteraram neste último sábado (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tenha acesso a mensagens apreendidas pela Operação Spoofing.
Segundo o G1, a autorização ao petista foi dada em dezembro pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Em julho de 2019, a Operação Spoofing prendeu suspeitos de invadir celulares do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e de integrantes da Lava Jato.
A ação da defesa do ex-presidente, que discute o acesso às mensagens, está na pauta de julgamento da Segunda Turma do STF na próxima terça-feira (9).
Os procuradores querem que o material seja devolvido ou que os advogados do ex-presidente sejam impedidos de usar os diálogos em ações na Justiça.
No documento, o grupo afirmou ter “a certeza de que o Supremo Tribunal Federal não irá permitir o enterro do trabalho resultante da Operação Lava Jato”.
Os procuradores defendem que, como o conteúdo liberado é ilícito, não pode ser usado como prova em processos na Justiça, como querem os advogados do ex-presidente.
Argumentam ainda que o caso deveria ter como relator o ministro do STF Edson Fachin, responsável, na Corte, por processos relacionados à Lava Jato.
Alegam ainda que fazer perícia no material aprendido pela Polícia Federal “ou é perda de tempo ou é jogar para a plateia para tentar desacreditar o resultado do trabalho da Operação Lava Jato”.
O grupo já tinha apresentado, no mês passado e no âmbito da mesma ação, um recurso contra a decisão de Lewandowski.
Nesta semana, o ex-juiz Sérgio Moro também recorreu no Supremo contra a decisão do ministro de autorizar o acesso da defesa do ex-presidente Lula às mensagens.