Candidata à vice-prefeita da Major Denice (PT) na ‘Coligação que Cuida de Gente’ (PT/PSB), a deputada estadual Fabíola Mansur afirmou, em entrevista à Tribuna da Bahia, numa live no Instagram nesta terça-feira (29), que a prioridade da gestão da dupla será reparar danos históricos sofridos pela população mais vulnerável e pobre de Salvador. Médica por formação, Fabíola citou a cobertura de saúde da família, criticou o fato de Salvador ter uma das piores coberturas do Nordeste e defendeu banda larga para as escolas municipais.
À anfitriã da live Tribuna Viva, a jornalista Fan Teixeira, Fabíola disse que viu a desigualdade de perto, sobretudo no âmbito da saúde – área em que atuou por 33 anos como oftalmologista. “Eu vi a desigualdade. Enquanto médica, eu via a miséria e a periferização da pobreza. Como vereadora, propus projetos para zerar filas de exames, porque ninguém pode estar em paz quando a gente não tem uma saúde de qualidade”, reforçou a vice de Major Denice, prevendo ainda que o foco será na saúde das mulheres.
Nascida no subúrbio do Rio de Janeiro, Fabíola lembrou que mora em Salvador há 43 anos, onde se formou médica na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Fabíola também criticou que Salvador, embora tenha o maior Produto Interno Bruto (PIB) entre as outras capitais nordestina, seja a segunda maior em taxa de desocupação. “É a capital do desemprego. Nós temos uma cidade que precisa ser conectada. Uma cidade, ela deve ter o talento como matéria prima. O eixo fundamental deve ser a cultura, e o turismo, junto com ciência, a tecnologia e a informação. O turismo é uma cadeia produtiva que dialoga com outras mais de 50 cadeias”, defendeu a deputada estadual.
Segundo ela, a Major Denice Santiago tem vocação para pensar a cidade, porque veio das periferias. “Com a sua história afrodescendente, com a sua cultura, nós sabemos que a educação, por exemplo, não pode estar dissociada da cultura. Nós temos especificidades em Salvador, isso tem que refletir nossos heróis e heroínas”.
Segundo Fabíola, o plano de governo da chapa prevê uma cidade sustentável e com foco também na educação.
“Somos uma cidade extremamente desigual. Precisamos combater a evasão escolar. Teremos uma cidade acolhedora, que terá mais creches, mais segurança, mais emprego e renda, mais cultura. Vamos governar para todos, mas com o olhar principalmente para quem mais precisa. Como podemos ter uma cidade com R$ 8 bilhões em seu orçamento, com menos de 2% gastos com políticas públicas de enfrentamento da desigualdade?”, questionou, ao reforçar que o racismo estrutura a desigualdade social.
Fabíola, que já trabalhou como guia e intérprete durante dois anos na capital baiana, garantiu ainda que ela e Major Denice, apoiadas pelo governador Rui Costa, vão mudar a história da capital com uma gestão inclusiva. “A gente precisa dessa cidade inclusiva para gerar oportunidades. Como Denice diz, queremos um Salvador que seja mãe de todos, que acolha os seus filhos e filhas e isso está refletido em nossas histórias. Será emblemático ter Denice à frente. Ela própria é da periferia, uma mulher negra e que conhece a desigualdade de perto. Temos muita fé no nosso trabalho e nas nossas propostas”, disse.