O primeiro-ministro do Sudão, Abdallah Hamdok, foi preso por um grupo militar não identificado que cercou sua residência na capital do país, Cartum, na manhã desta segunda-feira (25).
O local para onde ele foi levado não foi informado. Outros quatro ministros e um membro do Conselho Soberano, que controla o governo, foram detidos.
Líderes do movimento pró-democracia falaram em golpe de Estado e convocaram a população para ir às ruas. Pneus foram incendiados em alguns pontos de Cartum por manifestantes que portavam a bandeira sudanesa.
Forças militares e paramilitares acompanham os protestos, e a TV Al-Arabiya informou que várias pessoas ficaram feridas após manifestantes e soldados entrarem em confronto perto de quartéis militares na capital.
De acordo com a Al-Arabiya, o aeroporto de Cartum foi fechado e os voos internacionais, suspensos. A internet na capital do Sudão foi cortada.
O Ministério da Informação afirmou que militares invadiram a sede de uma televisão na cidade de Omdurman, na região metropolitana de Cartum, e prenderam os funcionários da emissora.
Principal coalizão de ativistas no levante contra Omar al Bashir, que governou o Sudão entre 1989 e 2019, a Associação de Profissionais do Sudão (SPA) convocou greve geral e desobediência civil contra o que chamou de “golpe militar”.
“Convocamos as massas para que saiam às ruas e as ocupem, fechem todas as estradas com barricadas, façam uma greve geral, não cooperem com os golpistas e usem a desobediência civil para enfrentá-los”, disse o grupo em comunicado nas redes sociais.
O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) Volker Perthes afirmou que a entidade está “profundamente preocupada com relatos de um golpe em curso no Sudão”.
Atualmente, o Sudão é comandada por um governo formado por civis e militares e vive tensão política e polarização. Um grupo de manifestantes defende o governo civil e quer a saída dos militares do poder. Outro pede um governo militar para tirar o país da crise.