O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, apresentou renúncia na última segunda-feira (28) depois de ter sido derrotado em moção de censura no dia 21 de junho.
Conforme a AFP, o social-democrata preferiu não convocar eleições antecipadas e pediu aos partidos que continuem a formar uma nova coalização.
“A um ano das eleições regulares, levando-se em consideração a situação excepcional em que o país se encontra, com uma pandemia e os desafios que isto representaria, eleição antecipada não é o melhor para a Suécia”, disse Löfven durante entrevista em Estocolmo.
Agora, cabe ao presidente do Parlamento, Andreas Norlen, formar um novo governo até as próximas eleições, previstas para 2022. Löfven, no entanto, se colocou a disposição para retornar ao cargo, se houver acordo entre os partidos. Ele segue no poder interinamente até que se tenha uma solução para o caso.
A renúncia do primeiro-ministro se deu depois de 181 deputados, do total de 349, votarem a favor da moção de censura, também conhecida como moção de desconfiança. Ela é adotada em alguns países parlamentaristas quando a maioria do Parlamento entende que o atual governo não tem mais apoio.
A moção foi pedida pelo partido de extrema direita Democratas Suecos e iniciada em junho. Além deste, o Partido da Esquerda, o partido conservador Moderado e os Democratas-Cristãos apoiaram a moção. Com isso, o primeiro-ministro tinha duas opções: apresentar sua renúncia ou convocar novas eleições, conforme estabelece a constituição sueca.
Löfven é um ex-soldador que começou a carreira política como líder sindical e ocupa o cargo de primeiro-ministro desde 3 de outubro de 2014. Ele foi o primeiro premiê da história da Suécia a sofrer a moção porque perdeu apoio do Partidos da Esquerda, uma das siglas que sustentavam sua coalizão desde 2018. O estopim para a perda ocorreu depois que o chefe do governo sueco suspendeu o congelamento dos aluguéis de imóveis novos.
A Suécia possui leis rígidas relacionadas aos valores de aluguéis, que têm como objetivo mantê-los dentro de um valor acessível, em especial os preços dos imóveis que ficam nos centros das maiores cidades. Segundo o Partido da Esquerda, a desregulamentação pode levar a uma rápida alta nos aluguéis e, por consequência, a um maior abismo entre os mais ricos e os mais pobres no país.
Além disso, a imagem do primeiro-ministro já estava desgastada por causa da condução da pandemia. Quando a doença chegou ao país, o governo decidiu não adotar medidas mais restritivas, como o uso obrigatório de máscaras e bloqueios. A ação gerou críticas externas e internas, inclusive do rei da Suécia, Charles Gustav.