O primeiro-ministro britânico Boris Johnson enfrentará um voto de desconfiança nesta segunda-feira (6), desencadeado por legisladores descontentes em seu próprio partido.
Sir Graham Brady, presidente do Comitê de 1922, disse em comunicado conforme a CNN, que o número de parlamentares do Partido Conservador pedindo a votação atingiu o limite necessário, de 54 legisladores. A votação está prevista para acontecer entre às 18h e 20h do horário local (entre 14h e 16h no horário de Brasília).
A liderança de Johnson foi abalada pelo chamado escândalo “Partygate”, com meses de alegações de festas e reuniões na sede de seu governo durante vários estágios de lockdown durante a pandemia, corroendo a confiança da população. O premiê também foi criticado por sua resposta à alta inflação.
Os índices de aprovação do primeiro-ministro têm caído, com sentimento crescente entre algumas partes de seu Partido Conservador de que Johnson está se tornando passivo aos problemas. O partido enfrenta duas difíceis eleições parlamentares no fim deste mês.
A agência de notícias PA citou um porta-voz de Downing Street dizendo que Johnson “saúda a oportunidade de apresentar seu caso aos parlamentares”.
Em sinal de desagrado público, o primeiro-ministro foi vaiado na última sexta-feira (3) por parte do público ao chegar à Catedral de Saint Paul, em Londres, para o Jubileu de Platina da Rainha Elizabeth II.
Sob as regras do Partido Conservador, se os parlamentares querem se livrar de seu líder, enviam uma carta confidencial de desconfiança ao presidente do Comitê de 1922, um grupo de legisladores de bancada que não ocupam cargos no governo.
O processo é secreto– as cartas são mantidas sob sigilo e o presidente, Graham Brady, não revela o número exato de quantas foram entregues.
Quando 15% dos legisladores conservadores enviaram cartas, um voto de desconfiança é desencadeado entre todos os legisladores conservadores.