A safra 2024/25 de soja na Bahia, já em fase de colheita, registrou o primeiro caso de Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi) neste mês de fevereiro. O foco suspeito, identificado no dia 5, ocorreu no núcleo produtor de Rosário, no município de Correntina por meio de coleta de amostras pela equipe do Programa Fitossanitário da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a confirmação veio após análise em laboratório oficial credenciado, no último dia 10, realizada com apoio da Fundação BA, em Luís Eduardo Magalhães.
Com base nas estratégias de monitoramento e com a colaboração do sistema de Caça-Esporos, que monitora constantemente os principais núcleos produtivos da região, incluindo o Anel da Soja (Estrada do Café), Placas, Bela Vista, Paraíso e Rodovia da Soja, foi possível obter um maior grau de exatidão nos levantamentos.
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O registro tardio da doença nesta safra contrasta com ocorrências de anos anteriores, quando os primeiros focos foram identificados ainda em novembro e dezembro. Esse resultado é reflexo do fortalecimento das ações de monitoramento fitossanitário, do uso de boas práticas agrícolas e do acompanhamento técnico dos produtores rurais.
Monitoramento contínuo e controle efetivo
A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), responsável pelo registro oficial de ocorrências da doença no estado, acompanha de perto a situação e destaca que não há motivo de alarde, reforçando a importância do monitoramento e do controle adequado.
“Nós estamos acompanhando a situação por meio do Programa Fitossanitário, em parceria com a Aiba, Abapa e Fundação Bahia. É fundamental que o produtor esteja atento às informações técnicas para monitorar sua lavoura e realizar as aplicações de fungicidas quando necessário. Não há motivo para alarde, pois a ferrugem asiática está ocorrendo em baixa pressão e de forma tardia na nossa região. A recomendação é intensificar o controle e seguir as orientações técnicas”, explica Nailton Almeida, fiscal estadual agropecuário da Adab.
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O monitoramento das lavouras baianas conta com o suporte coletivo das principais instituições do agronegócio, incluindo Aiba, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Embrapa e Fundação Bahia. Os coletores de esporos instalados em diversos pontos estratégicos do oeste baiano são ferramentas fundamentais para detectar precocemente a presença de patógenos como a Ferrugem Asiática da Soja e a Ramulária do Algodão.
A importância da prevenção e do manejo correto
Em caso de suspeita da doença, os produtores devem comunicar imediatamente a equipe do Programa Fitossanitário ou a Adab para que as medidas adequadas sejam tomadas. O gerente de Agronegócios da Aiba, Aloisio Junior, reforça que a identificação tardia da ferrugem nesta safra reflete a eficiência das estratégias de controle.
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“Nesta safra, o primeiro caso foi registrado apenas em fevereiro, o demonstra um cenário de estabilidade nas ocorrências em comparação com safras anteriores, quando a doença foi identificada em meses como novembro ou dezembro. Esse resultado se deve ao monitoramento sistemático realizado pelas entidades parceiras e às boas práticas adotadas pelos produtores”, destaca Aloisio. Ele complementa que após a identificação do foco primário, a equipe técnica do programa fitossanitário, reforçou as ações de monitoramento e orientação, para o cumprimento do manejo fitossanitário preventivo, nas áreas adjacentes.
A Ferrugem Asiática da Soja pode causar perdas severas de produtividade se não for manejada corretamente. Por isso, seguir o plano de manejo com aplicação adequada de fungicidas é essencial para evitar impactos negativos na lavoura.