A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, sobreviveu confortavelmente a uma moção de não-confiança aberta contra ela por uma aliança ampla de opositores de esquerda.
A votação oficial mostrou que 146 parlamentares votaram em apoio à moção, que precisava de uma maioria absoluta de 289 votos para provocar a queda do atual governo.
Embora o resultado não estivesse em dúvida, a medida foi uma demonstração de intenção da chamada aliança Nupes –o maior bloco de oposição à coalizão do presidente Emmanuel Macron ‘Ensemble!’– para dificultar a vida de Macron no Parlamento.
Mas, como a aliança de oposição é composta por 151 parlamentares, isso significa que cinco deles decidiram não votar pela moção de não-confiança, algo que pode ser interpretado como um sinal positivo por Borne e seu governo.
“Nós deveríamos estar debatendo as questões que estão sendo enfrentadas pelos franceses, esse voto de não-confiança é injusta”, disse a primeira-ministra ao Parlamento antes da votação.
“Essa votação de não-confiança é apenas uma tática política… vamos mudar juntos para uma cultura de concessões”, acrescentou.
Depois de desfrutar de uma maioria confortável na câmara baixa durante seu primeiro mandato, o recém-reeleito Macron perdeu a maioria absoluta no Parlamento nas eleições legislativas de junho, e já não pode mais contar com a câmara para referendar sua agenda de reformas. Em vez disso, ele e seu governo precisam negociar projeto por projeto, tirando um grau de controle do processo de suas mãos.