Primeira-dama Janja vira embaixadora e alfineta Bolsonaro

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, criticou a atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro na área social durante o evento de apresentação do Relatório Nacional Voluntário (RNV), elaborado pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Na cerimônia, ela foi indicada pelo ministro-chefe da pasta, Márcio Macêdo, como embaixadora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) no Brasil, para oficializar sua participação nas discussões governamentais sobre o tema.

— Começamos a conversar sobre o tema ano passado. Sou bastante metida, fui lá me meter nessa questão, por conta da minha familiaridade com o tema. Foi com com muita perplexidade que vi o último governo se dedicar a destruir todos os avanços todos os avanços da agenda 2030. Destruíram política públicas essenciais para o alcance da maioria dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs). Tentaram destruir tudo liberando a boiada para passar — avalia.

A sugestão para que Janja se tornasse embaixadora dos objetivos da agenda 2030 partiu de Macêdo, durante sua apresentação. Nela, ele detalhou as ações do governo federal para as 17 metas traçadas pela ONU. Entre as medias, ele citou projetos como Bolsa Família, para ação para a erradicação da pobreza, o Programa Brasil sem Fome, para o ODS que trata da “fome zero”, e as Farmácias Populares e o fortalecimento do SUS, como medidas para a área da Saúde e Bem Estar.

— Passamos esse mico e essa vergonha durante seis anos, sem apresentar um relatório de ações relacionadas aos ODS. Com a volta do presidente Lula ele determinou a elaboração desse relatório voluntário, para demonstrar o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e reestabelecer sua imagem internacional no compromisso com a Agenda 2030 — explicou Macêdo.

O termo ODS se refere a um conjunto de medidas elaboradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para proteção do meio ambiente, diminuição da pobreza e melhora da qualidade de vida na sociedade, isso em nível global. Ao todo, são 17 proposições e 169 metas que fazem parte da Agenda 2030 e que se propõem a ser um guia para ações efetivas de empresas, governos e sociedade civil. As propostas envolvem prioridades como redução de desigualdades, crescimento econômico inclusivo e padrões sustentáveis de produção.

Em seu discurso na ONU em setembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu em criar ainda um 18º ODS de igualdade social, para incluir ainda o combate ao racismo nas ações prioritárias do governo no âmbito do desenvolvimento social. A A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que está à frente desse projeto, comentou a iniciativa.

— O estado do futuro tem que um local onde ninguém mais esteja passando fome e onde a cor da pele não seja determinante para saber se você vai ter três refeições no dia ou nenhuma. Eu e Wellington Dias (ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil) vamos lançar essa semana uma agenda de políticas de enfrentamento à fome e à pobreza, com foco em mulheres negras. As ações seguem a orientação dada pelo presidente de trabalhar a luta contra as desigualdades como prioridade. Enquanto houve racismo em qualquer parte do mundo a humanidade não vai alcançar o patamar do desenvolvimento sustentável — afirmou.

O termo ODS foi cunhado pela em setembro de 2015, quando os 193 países membros das Nações Unidas adotaram uma nova política global: a chamada “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Por isso, geralmente os ODSs são relacionados à “Agenda 2030”, que se refere ao ano em que as metas definidas precisam ser atingidas, de modo a elevar o desenvolvimento do mundo e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas.

Confira a lista de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):