Em junho, a prévia da inflação na Região Metropolitana de Salvador (RMS) chegou a 1,16% e foi a mais alta do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (24).
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 14 de maio e 13 de junho.
Na RMS, o indicador apresentou conforme o portal g1 Bahia, uma leve aceleração em relação ao mês anterior (havia sido de 1,15% em maio) e foi o maior para um mês de junho em 22 anos, desde o início da série histórica para o IPCA-15 regional, no ano 2000.
Foi ainda o mais alto dentre as 11 áreas pesquisadas separadamente pelo IBGE. No Brasil como um todo, a prévia da inflação de junho ficou em 0,69%, com altas em todos os locais.
Com o resultado de junho, o IPCA-15 acumula alta de 6,51% no ano de 2022, na RMS. Este índice também é o mais elevado dentre os 11 locais pesquisados e acima do registrado no Brasil como um todo (5,65%).
No acumulado nos 12 meses encerrados em junho, o IPCA-15 da RMS também teve uma leve aceleração e chegou a 13,26% (frente a 13,24% até maio). Continua acima do nacional (12,04%) e é o 2º mais alto do país, abaixo apenas da RM Curitiba/PR (14,45%).
Em junho, o indicador acumulado em 12 meses seguiu maior que 10,00% em todos os locais pesquisados.
Veja no quadro abaixo os principais resultados do IPCA-15 de junho para o Brasil e cada uma das áreas investigadas:
Gasolina e energia puxam prévia da inflação
O IPCA-15 de junho na Região Metropolitana de Salvador (1,16%) foi resultado de aumentos nos preços médios de todos os nove grupos de produtos e serviços que formam o índice.
Além disso, desses nove grupos, cinco aumentaram mais do que em maio, ou seja, tiveram aceleração na prévia da inflação.
Os grupos transportes (2,90%) e habitação (1,35%) foram os que mais contribuíram para a alta do IPCA-15 de junho na RM Salvador.
O aumento dos transportes foi influenciado, sobretudo, pelas altas nos combustíveis (3,61%), principalmente a gasolina (4,25%), item que, individualmente, mais puxou a prévia da inflação na RMS para cima. Além disso, o aumento nos preços do transporte público (5,11%), em especial da passagem aérea (16,89%, maior alta absoluta no mês) e do ônibus urbano (3,64%), também tem contribuição importante na alta do grupo transportes.
Já o grupo habitação (1,35%), que havia apresentado deflação em maio (-0,95%), voltou a ter alta de preços em junho, sendo a segunda maior influência para a prévia da inflação no mês na RMS.
A principal responsável por isso foi a energia elétrica residencial (3,72%), que também voltou a crescer em junho, após queda em maio (-4,82%). A deflação média do gás de botijão (-1,99%), por sua vez, ajudou a evitar um aumento ainda maior do grupo.
Por outro lado, o grupo alimentação (0,36%), apesar de apresentar alta, foi um dos que desaceleraram frente a maio (aumentaram menos), quando havia sido a principal pressão inflacionária na RMS (1,76%).
O principal motivo dessa desaceleração foi a queda nos preços dos tubérculos, raízes e legumes (-7,08%), em especial, da cenoura (-20,84%), que foi o item com a maior queda absoluta na RMS em junho.