Preso nesta sexta-feira (25) o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, negociava um acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Ele estava na lista de procurados da Interpol desde 2017. Ainda não se sabe porque ele foi preso.
Segundo o advogado de Rei Arthur, Nythalmar Dias Filho, ele foi “equivocadamente detido” na manhã de hoje “por não portar a documentação necessária, para renovação do seu visto”. “Ressaltamos que as providências burocráticas já foram tomadas e que Arthur será liberado, dada a sua regular situação naquele país”, afirma o defensor.
O empresário é acusado de envolvimento no esquema de compra de votos para que o Rio de Janeiro se tornasse sede da Olimpíada de 2016.
Em julho, em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) admitiu o pagamento de 2 milhões de dólares em troca de votos. Ele relatou que entrou em contato com Soares para que ele viabilizasse a propina ao então presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack.
De acordo com o emedebista, o dinheiro saiu de uma “conta” de propinas destinadas a ele e administrada por Rei Arthur. O grupo de Soares, formado por empresas de prestação de serviços como fornecimento de alimentação em presídios, limpeza e segurança, já chegou a ter 3 bilhões de reais em contratos com o governo do Rio na gestão Cabral.
“Eu disse a ele [Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro]: ‘presidente, não vou me meter, não conheço a família olímpica, vou confiar no senhor, vou arrumar um empresário de confiança que tem contas no exterior e ele vai viabilizar esse pagamento a vocês’. Chamei o Arthur Soares na minha casa e expus a necessidade do dinheiro para obter esses votos. [Soares teria dito] ‘Sem nenhum problema, isso entra na nossa configuração de compromissos’. Isso foi debitado do crédito que eu tinha com ele. Fui eu que paguei”, disse Sérgio Cabral.