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quarta-feira 1 de agosto de 2018 às 20:42h

Preso, Lula mantém influência em jogo político

POLÍTICA


O acordo que garantiu a neutralidade do PSB na eleição presidencial mostra que, mesmo preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Operação Lava Jato, mantém forte influência no jogo político nacional.

Apesar de todas limitações impostas pelo cárcere, Lula comandou de dentro da prisão as negociações que levaram ao acordo.

No dia 5 de julho, quando a percepção geral era de que o PT precisaria se humilhar para tirar o PSB das mãos de Ciro Gomes (PDT), Lula orientou o líder do MST João Pedro Stédile e o ex-presidente do PT Rui Falcão – que foram visitá-lo na cadeia – a transmitir seu apoio entusiasmado à candidatura da vereadora petista Marília Arraes ao governo de Pernambuco.

A mensagem jogou a pressão no colo do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que se viu ameaçado pela crescente candidatura de Marília e temia perder o direito de usar o nome de Lula diante do eleitorado – o ex-presidente mantém altos índices de intenção de voto no Estado.

Catorze dias depois, bem ao seu estilo, Lula mandou outra mensagem, agora no sentido contrário, pedindo mais energia do PT na consolidação da aliança com o PSB e abrindo as portas para que a candidatura de Marília fosse rifada.

Ao tirar os socialistas da canoa de Ciro, Lula isola o candidato do PDT e garante ao PT, seja quem for o candidato, a hegemonia no campo da esquerda na disputa presidencial.

Petistas comemoram a manobra, com razão, mas sabem que o maior dos desafios ainda está por vir.

Toda a estratégia de insistir na candidatura de Lula até o limite da Justiça tem como principal objetivo garantir que o ex-presidente esteja no horário eleitoral da TV a partir do dia 31 de agosto.

Ministros do TSE ouvidos pela imprensa disseram, porém, que o caso de Lula deve ser julgado pela corte eleitoral antes disso. Se a tendência se confirmar, Lula e o PT serão obrigados a rever a estratégia, corrigir a rota e antecipar a escolha do substituto do ex-presidente na corrida presidencial, o chamado plano “B”.

Por Ricardo Galhardo

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