O presidente peruano, Martín Vizcarra, admitiu nesta última sexta-feira (5) que tem havido por parte do Estado uma falta de atenção com os indígenas ao longo da História.
“Como governo, reconhecemos as falhas e, talvez, a falta de atenção adequada e oportuna agora e ao longo da História com os povos indígenas. Essa é uma situação que devemos mudar”, disse Vizcarra em visita a uma comunidade nativa na região amazônica de Madre de Dios, 1.000 km a leste de Lima.
“Vocês são tão peruanos como qualquer outro e merecem a mesma atenção”, acrescentou.
O Peru tem 33 milhões de habitantes, entre eles mais de quatro milhões de indígenas, principalmente quéchuas (83%), mas também aimaras (11%) e vários povos amazônicos (6%).
“Temos a firme vontade de fazê-lo (mudar a situação) e por isso estamos aqui com três ministros para trabalhar com o governo regional para fazer obter essa mudança e essa atenção que vocês merecem”, acrescentou Vizcarra, que também defendeu a proteção da natureza.
“O 5 de junho é o Dia Mundial do Ambiente, que tem sido tão descuidado pelo ser humano, que o deteriorou, e agora, embora esta doença, a COVID, esteja fazendo muitos estragos na população, está dando um alívio ao ambiente”, declarou.
O presidente acrescentou que quando a pandemia do novo coronavírus for superada e se impuser “a nova normalidade, deverá ser com maior respeito ao meio ambiente. Temos que aprender a lição”.
Vizcarra visitou alguns hospitais para supervisionar a capacidade de resposta sanitária ao coronavírus, que causou estragos em algumas regiões de floresta, principalmente na região de Iquitos, onde nasce o rio Amazonas.
O Peru, segundo país com mais contágios por COVID-19 na América Latina depois do Brasil, tem 187.000 casos confirmados e 5.162 óbitos pela doença – o terceiro da região, atrás de Brasil e México.