O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, voltou a defender a segurança da urna eletrônica e afirmou que não dá bola para “retórica eleitoral”.
As declarações foram dadas em entrevista à GloboNews na noite deste último domingo (8) diante do questionamento sobre as recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro defendendo o voto impresso.
“Eu sou juiz, lido com fatos, provas e não dou muita bola para retórica eleitoral. Só lembraria que no tempo de voto de papel é que havia fraudes. A história do Brasil era história de queixas eleitoral desde a República Velha. Não tenho nenhuma razão, ninguém deve ter nenhuma razão para desconfiar da urna eletrônica”, afirmou o ministro.
Barroso disse que, ao comentar, na última sexta-feira (6), que o voto impresso seria um “retrocesso”, não sabia da recente defesa do sistema por Bolsonaro. O presidente do TSE citou que jamais foi documentado qualquer tipo de fraude nas urnas.
No próximo domingo (15) será o realizado o primeiro turno das eleições municipais para a escolha de prefeitos e vereadores.
Na última semana, o ministro esteve nos Estados Unidos acompanhando as eleições no país. Barroso disse que, pelo que pôde observar, o pleito estava organizado e que acredita que a contabilização dos votos foi correta.
Sobre se as eleições norte-americanas e o fato de o atual presidente Donald Trump contestar o resultado deixam alguma lição para o Brasil, Barroso destacou que quem vence uma eleição tem o direito de governar e quem perde tem que respeitar.
“Quem assistiu ao discurso de aceitação ontem à noite [de Joe Biden] terá detectado uma certa volta de níveis civilizatórios e certos compromissos de harmonia. O presidente não é presidente de facção, é presidente de todo mundo”, disse Barroso.
Amapá
Barroso afirmou que, diante do apagão que atinge regiões do Amapá deste a última terça-feira (3), o TSE enviou ao estado baterias sobressalentes para abastecer as urnas eletrônicas. O ministro explicou que, independente do sistema de eletricidade, os equipamentos vão funcionar.
‘Eleições do futuro’
O presidente do TSE afirmou também que o tribunal já estuda novos modelos de votação para as eleições futuras. Segundo o ministro, foi feita uma chamada pública e 31 empresas de tecnologia trabalham em propostas de sistemas mais modernos e mais baratos.
“As urnas funcionam bem, mas custam caso. Tem que substituir e tem custo”, afirmou. De acordo com Barroso, nestas eleições as empresas participantes já farão simulações em três estados brasileiros.
Segundo o ministro, os testes não interferirão no pleito e devem ajudar na criação de modelos alternativos.