Contrariado com a afirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o ex-prefeito Fernando Haddad ganhará a eleição para o governo de São Paulo, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, mandou segundo o jornalsta Gerson Camarotti, um duro recado à cúpula petista.
Segundo Siqueira, a legenda só aceitará uma aliança formal se houver concessões do PT nos estados. Uma das principais condições do PSB é a retirada do nome de Haddad da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em apoio ao ex-governador Márcio França (PSB). O partido também exige apoio do PT em outros quatro estados: Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul.
Lula fez a afirmação nesta quarta-feira (22) ao participar em São Paulo do evento Natal dos Catadores.
“Faz parte essa tentativa de viabilizar a candidatura do afilhado dele, o Haddad. Mas nós seguiremos insistindo que o PT se concentre na eleição presidencial e não queira disputar com seu aliado, o PSB, os governos estaduais. Se essa postura for mantida pelo PT, a federação não existirá”, advertiu Carlos Siqueira.
O PT aposta na formação de uma federação ampla de partidos como estratégia para ampliar o palanque de Lula na disputa presidencial de 2022. No último dia 16, o Diretório Nacional do PT aprovou uma resolução autorizando a abertura de conversações com PSB, PCdoB, PSOL e PV para a formação de uma federação.
As federações partidárias permitem que dois ou mais partidos se unam, funcionando como se fossem uma única legenda. Precisam permanecer unidos de forma estável durante pelo menos os quatro anos do mandato legislativo e seguir as mesmas regras do funcionamento parlamentar e partidário.
As recentes conversas entre PT e PSB, porém, foram indigestas. Além de não ceder em São Paulo, o ex-presidente Lula citou o nome do senador Humberto Costa como uma possibilidade para disputar o governo de Pernambuco, hoje comandado pelo socialista Paulo Câmara.
No Espirito Santo, o PT filiou o senador Fabiano Contarato, que não descarta uma candidatura contra o governador Renato Casagrande, do PSB.
Petistas próximos ao ex-presidente Lula estão incomodados com as exigências dos socialistas para que o ex-governador Geraldo Alckmin seja o candidato a vice de Lula pelo PSB. A expectativa era de que o PSB já ficaria satisfeito com a formação da federação partidária.