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O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez
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domingo 7 de março de 2021 às 17:57h

Presidente do Paraguai demite três ministros e país entra em crise por gestão da covid

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No segundo dia de protestos em Assunção, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, destituiu três ministros, na tentativa de conter a ira da população. O mandatário, que, mais cedo, havia pedido que os integrantes do Gabinete colocassem os cargos à disposição, anunciou na noite de ontem a demissão de Eduardo Petta (Educação), Ernesto Villamayor (chefe de Gabinete) e Nilda Romero (Mulher). Com média de 1.173 casos novos de covid-19 na semana passada, o país está em crise. A população reclama da forma como o governo administra a pandemia: faltam medicamentos, vacinas e vagas nas UTIs, em meio a denúncias de corrupção. O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, renunciou na última sexta-feira, quando confrontos entre manifestantes e policiais deixaram 21 feridos e um morto.

Ontem, nas ruas da capital, jovens carregavam cartazes com dizeres como “Não mais presidentes corruptos” e denunciavam a violência policial do dia anterior. Em um comunicado, a Igreja Católica paraguaia pediu que o governo atendesse os anseios dos manifestantes. “Pedimos que se escute a legítima indignação da população (…). Os cidadãos pedem gestos, ações e, sobretudo, resultados na gestão pública com a provisão de equipamentos, insumos e medicamentos necessários para fazer frente às necessidades prioritárias da população afetada pela enfermidade”, diz o texto, assinado pela Conferência Episcopal.

Com 7 milhões de habitantes, o Paraguai registra 3,2 mil mortes por covid, o equivalente a 23 óbitos por 100 mil. Ontem, o jornal mais influente do país, o ABC, publicou um duro editorial criticando o governo. “O Dr. Mazzoleni, que acreditamos ser uma pessoa honesta, foi derrotado pelos velhos flagelos da administração pública: a corrupção e a ineficiência são tão letais quanto a covid-19”. O texto também fala em “ineficácia e corrupção” e cita “negligência e incapacidade” para explicar o atraso do país em adquirir vacinas.

A oposição pede a renúncia de Benítez e do vice, Hugo Velázquez, para que o presidente do Congresso, Oscar Salomón, assuma o governo e convoque eleições. “O presidente pede paz, pede calma entre os paraguaios. O presidente respeita as manifestações pacíficas”, disse o ministro da Tecnologia da Informação e Comunicação, Juan Manuel Brunetti, citado pelo ABC.

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