O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, rebateu as críticas feitas por João Amoêdo em entrevista publicada pelo Estadão neste último sábado (28). Ribeiro disse conforme Levy Teles, do Estadão, que o que sobrou a Amoêdo, desfiliado da legenda, “é criticar o próprio partido”. “Gostaria que ele encontrasse uma causa mais digna, que encontrasse um partido que pudesse ser aceito”, disse.
Ribeiro criticou ainda o apoio dado do Amôedo a Lula na eleição de 2022 na disputa contra Jair Bolsonaro. “Uma lástima o que se tornou João Amoêdo. Depois de apoiar o Lula nas últimas eleições e abandonar os princípios que fizeram muitos acreditarem na sua liderança, parece que a única bandeira que lhe restou foi atacar o Novo. É medíocre para alguém que almeja alguma relevância na política nacional”, escreveu o presidente do Novo em sua rede social.
Ribeiro disse que um dos principais motivos de desfiliação do partido nos últimos anos foi a atuação do próprio Amoêdo. Ele diz que as escolhas do ex-dirigente levaram a legenda a não alcançar os critérios da cláusula de barreira, em 2022, tornando-o “irrelevante”.
“Foi um erro de estratégia de Amoêdo restringir demais o crescimento do Novo. Ele criou um partido que fosse dependente dele. De fato, ficou irrelevante”, disse. Para o atual presidente, isso aconteceu em decisões como a de apostar apenas em cidades com mais de 300 mil habitantes e não investir em pequenos municípios e cidades médias.
Ele também rebateu as críticas da filiação do deputado federal cassado Deltan Dallagnol ao Novo. Deltan assumiu o posto de embaixador do partido e ganha R$ 40 mil por mês.
“Deltan já deu um retorno. O Novo bateu um recorde de filiação. Neste mês específico, vamos bater mais de 1.700 filiados. O salário do Deltan já está pago aí. Mostra um desconhecimento dele e um acerto nosso em filiar Deltan”, afirmou. Filiados que pagam imposto de renda precisam pagar uma taxa de cerca de R$ 40 por mês para se manter na legenda.
Ao Estadão, Amoêdo lembrou que o outro embaixador do partido, o ex-treinador de vôlei, Bernardinho, não cobrava pela atuação. O presidente do Novo ainda questionou a afirmação do empresário que acusou o partido de aceitar filiação de “ficha suja”. “Se João Amoêdo considera Deltan um ficha suja, é porque considera Lula um ficha limpa. E isso diz muito sobre o que ele se tornou”, disse em rede social.
Ribeiro disse que o partido se encontra numa fase de “reconstrução”. para se tornar mais competitivo. A estratégia passa pela presença em cerca de 350 a 400 municípios para disputar as eleições municipais no próximo ano e angariar mais filiados.
Para isso, pretendem usar Deltan em “roadtrips” pelo Brasil, com discursos e palestras do ex-procurador da Lava Jato. “Estamos vivendo o maior momento de coesão”, afirmou.