O presidente Andrés Manuel López Obrador disse nesta última segunda-feira (13) que o México é mais seguro para viajar do que os Estados Unidos, depois que o Departamento de Estado americano emitiu alertas aos cidadãos para que não visitem algumas cidades mexicanas.
“O México é mais seguro que os Estados Unidos, e não há problema em viajar pelo México com segurança, mas os cidadãos americanos também sabem disso, e nossos compatriotas que estão lá sabem, estão bem informados”, disse López Obrador.
O presidente mexicano referiu-se assim aos alertas emitidos pelo Departamento de Estado americano sobre o deslocamento a seis estados mexicanos, sobretudo depois do sequestro, na semana passada, de quatro americanos, dos quais dois foram mortos, na cidade fronteiriça de Matamoros, em Tamaulipas.
O sequestro ocorreu em meio a uma onda de violência em Tamaulipas, estado que é palco de uma disputa entre cartéis de drogas e que os Estados Unidos classificam no nível 4 em alerta de segurança, razão pela qual os cidadãos são desaconselhados a viajar para lá.
López Obrador negou que o México seja um país inseguro e disse que nos últimos anos cada vez mais americanos estão indo morar na Cidade do México.
Além disso, considerou os alertas como “uma campanha” contra o México e acusou os políticos “conservadores” dos Estados Unidos de não quererem que o país continue a se transformar.
“Aqueles políticos conservadores dominam, esse é um problema que vocês têm, a mídia. A maior parte dos meios de informação dos Estados Unidos estão a serviço de grupos de interesse criados naquele país, estão sob o controle de grupos econômicos e políticos”, comentou.
López Obrador declarou ainda que essas advertências para não viajar ao México são uma questão “política” e garantiu que o que os americanos querem criar é uma percepção de insegurança, “para dizer: o governo populista, comunista, caudilho, messiânico de López Obrador não funciona”.
Por fim, o presidente afirmou que nos Estados Unidos não se fala em cartéis de drogas e ironizou a distribuição delas no país: “É uma rede invisível, não tem traficantes lá. Como a droga chega ao jovem? Quem a vende? Ou é só aqui?”, questionou.