A presidente do Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente e do Recursos não-renováveis (Ibama), Suelly Araújo, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira (7).
O pedido foi feito um dia após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter criticado no Twitter um contrato de locação de veículos do órgão.
Na nova configuração dos ministérios, promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, o Ibama continuou vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Outros órgãos foram transferidos de pasta. É o caso do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que saiu do Meio Ambiente e foi para a Agricultura. Uma das atribuições do SFB é trabalhar pela recuperação da vegetação nativa e recomposição florestal.
Suely assumiu o cargo no Ibama no governo do agora ex-presidente Michel Temer.
Aluguel de caminhonetes
A polêmica em torno do aluguel de caminhonetes começou com uma postagem feita neste domingo (6) pelo ministro Ricardo Salles no Twitter.
“Quase 30 milhões de reais em aluguel de carros, só para o IBAMA….”, escreveu o ministro na rede social.
Ele se referia a um contrato do Ibama, assinado em dezembro de 2018, no valor de R$ 28,7 milhões para aluguel de caminhonetes a serem usadas pelo órgão.
No mesmo dia da postagem do ministro, Suely respondeu, em uma nota divulgada pelo Ibama, que refutava com “veemência qualquer insinuação de irregularidade na contratação”. Ela explicou que o contrato previa aluguel de 393 caminhonetes adaptadas para fiscalização e atendimento a emergências ambientais (como incêndios), que seriam usadas nos 26 estados e no Distrito Federal.
“A acusação sem fundamento evidencia completo desconhecimento da magnitude do Ibama e das suas funções. O valor estimado inicialmente para esse contrato era bastante superior ao obtido no fim do processo licitatório, que observou com rigor todas as exigências legais e foi aprovado pelo TCU”, disse Suelly na nota.
Em seguida, novamente no Twitter, Ricardo Salles afirmou que não levantou suspeita sobre o contrato, mas quis chamar atenção sobre o valor, que considerou elevado.
“Não levantei suspeita sobre o contrato, apenas destaquei seu valor elevado, conforme meus esclarecimentos na própria postagem. O valor elevado também foi questionado pelo TCU desde abril e, portanto, não precisava ser assinado a dez dias da troca de governo”, escreveu o ministro.