Com cinco décadas de formado, o ex-deputado e médico Dr. Heraldo Rocha fala em entrevista sobre política e saúde
O Acesse Política esteve na residência do médico pediatra, ex-deputado estadual e atual presidente do partido Democratas em Salvador, Dr. Heraldo Rocha.
Com 50 anos de formado, completados no dia 15 de dezembro de 2018, Dr. Heraldo Rocha faz parte da seleta turma de medicina da UFBA de 1968.
Heraldo Eduardo Rocha nasceu no Rio de Janeiro em 25 de fevereiro de 1942. Filho de Otávio Rocha da Silva e Umbelina da Gama Rocha, Dr. Heraldo Rocha é viúvo de Adiléia da Costa Rocha com quem teve quatro filhos: Fábio César Rocha, Karine Rocha, Eduardo Santiago Rocha e Mariana Santiago Rocha.
Grande amigo do também médico e político Antônio Carlos Magalhães, Heraldo Rocha é um dos únicos “Carlistas” em plena e saudável atividade.
Em 1991, Heraldo Rocha foi eleito deputado estadual pelo então Partido da Frente Liberal, PFL (atual DEM), sendo reeleito em 1995 para mais um mandato. Após licenciar-se em 1995 para ocupar o cargo de secretário do Trabalho e Ação Social (entre 1995 e 1998), foi reeleito deputado estadual para um terceiro mandato: 1999-2003. Em 2002 e 2006, foi reeleito novamente, totalizando até então cinco mandatos.
Para o político, o avô de ACM Neto foi um grande estadista, que ao mesmo tempo defendia a Bahia em todos os momentos, sempre priorizando o estado, deixando até o país em segundo plano.
“Salvador e a Bahia devem muito à Antonio Carlos, principalmente pelo grande administrador que ele foi. Era um ser humano incrível, um político carismático que marcou um tempo e abriu portas pra muita gente na vida pública, mas graças a Deus temos o seu neto (ACM Neto), hoje em seu segundo mandato como prefeito da capital baiana, vemos o bem que ACM Neto tem feito pela cidade. Cada dia que passa, Salvador fica mais bonita, melhor planejada e bem cuidada. Agora vamos imaginar que Neto acabou de completar 40 anos de idade, um jovem-veterano político com 20 anos de vida pública e muita experiência, que tem no sangue o DNA do meu grande e saudoso amigo Antônio Carlos. Neto ainda tem muito a fazer pelos baianos e por todos nós brasileiros e eu estarei aqui aplaudindo a isso”, afirmou emocionado.
Após a aula sobre a história da política da Bahia, conversamos com o médico Dr. Heraldo Rocha sobre a situação do Planserv-Ba.
Acesse Política: No seu ponto de vista, o que levou o Planserv à situação em que se encontra atualmente?
Dr. Heraldo Rocha: O Planserv é um Plano do Servidor Público de 500 mil beneficiários aproximadamente, entre pensionistas, Dr. aposentados e servidores. Insta salientar que não tem inadimplência, o valor do plano é descontado na folha do trabalhador. Recentemente o Planserv, que é um Plano de saúde em que considero um dos melhores do País, sofreu uma intervenção segundo o Excelentíssimo Senhor Governador, para uma auditoria de uma empresa que não é baiana, empresa essa de Santa Catarina, chamada Qualirede. Porém, no meu ponto de vista, o governador está terceirizando a gestão do Planserv, justamente por não ter capacidade de gestão. Outra questão, o Planserv tem convênio com clínicas e hospitais e determinou aos prestadores de serviços que existe uma cota, ou seja, se você tiver diabetes, pneumonia, doença crônica, tratamento diverso, e se terminou a cota da clínica ou do hospital, você não pode concluir o seu tratamento. Além disso, logo no início, a Cooperativa de Anestesiologistas da Bahia – COOPANEST vinha negociando com o Planserv, porém, há muito tempo não se chegava a um consenso, porque há 10 anos o Planserv não faz nenhum aumento dos procedimentos. Isso levou a Cooperativa a suspender o convênio, ou seja, para você fazer uma cirurgia eletiva, tem de pagar por fora a anestesia.
Acesse Política: Enquanto médico e político, qual sugestão você daria para resolver ou atenuar os problemas do Planserv?
Dr. Heraldo: O Planserv alega que tem convênio, mas o convênio do Planserv é com os hospitais e as clínicas. O médico do hospital lhe dá um atendimento em caso de emergência, mas, o Planserv não tem convênio com médicos, tem convênio com hospitais e clínicas. A maioria das clínicas está suspendendo atendimentos por conta das cotas determinadas. Então, no meu ponto de vista, o Planserv está sendo mal gerido. Recentemente o chamado por todos de “Pacote de Maldades” do Governador Rui Costa aumentou o desconto de 12% para 14%. O Governador não pode jogar nas costas do servidor público, pensionista ou aposentado a sobrecarga da má gestão do Planserv. Creio que a solução é que seja feita uma auditoria no Planserv, que o Ministério Público e a Defensoria Pública atuem.
Acesse Política: Sabemos que no Planserv não existe inadimplência, na sua opinião, qual o motivo da reclamação e movimento por parte dos médicos que se recusam a atender pelo Planserv?
Dr. Heraldo: É importante frisar que o Vereador daqui de Salvador, Cesar Leite (PSDB) deu entrada no Ministério Público da Bahia com o objetivo de se fazer uma auditoria e verificar o que está ocorrendo no Planserv. É má gestão? É desvio do dinheiro do Planserv para outras finalidades? O que não pode acontecer é jogar nas costas do servidor público, do pensionista ou aposentado a má gestão do Planserv. Vale salientar que o débito do Planserv hoje beira os R$ 100 milhões. Com o objetivo de atenuar o problema, acredito em auditorias, CPI, ação do Ministério Público Estadual – MPE, bem como auditoria por parte do Tribunal de Contas do Estado da Bahia – TCE.