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sexta-feira 4 de junho de 2021 às 04:57h

Presidente do CFM critica senadores da CPI

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) repudiou, na quarta-feira (2), o que chamou de “excessos e abusos” ocorridos nos interrogatórios aos depoentes na CPI da COVID, que apura segundo o Estado de Minas, ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia. O órgão pediu respeito de senadores às testemunhas, sobretudo aos médicos que estiveram na Comissão de Constituição e Justiça.

Em vídeo e posteriormente em nota de repúdio, o presidente do CFM, Mauro Ribeiro, critica a CPI e informa que encaminhou ao presidente do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que não faz parte da comissão, um ofício no qual pede alguma intervenção para impedir o “ambiente tóxico” da comissão. Ribeiro também afirma que deseja depor na CPI.

Na terça-feira, os parlamentares ouviram a médica Nise Yamaguchi, que assumidamente defende o uso do tratamento precoce contra o coronavírus, sem comprovação científica. Ela foi muito questionada por recomendar medicamentos como cloroquina, invermectina e azitromicina. Nise faz parte do gabinete de crise na pandemia e teve reuniões com o presidente Jair Bolsonaro.

Na quarta-feira, foi vez da infectologista Luana Araújo, nomeada pelo governo federal como secretária de enfrentamento à COVID-19, mas não chegou a assumir o cargo. Em suas diversas respostas, ele declarou ser favorável à ciência e contrária ao uso do tratamento precoce.

Na visão do CFM, os depoentes têm sido submetidos a uma situação de constrangimento e humilhação. “Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias. No entendimento do CFM, e da classe médica, o que tem sido exibido em rede nacional configura situação inaceitável e incoerente com o clima esperado em um ambiente onde as discussões devem se pautar pela transparência e idoneidade. Em lugar disso, testemunha-se situações que desmoralizam os médicos e as médicas”, diz a nota.

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