O novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, tem surpreendido funcionários do órgão por demonstrar comprometimento com os índios denominados isolados.
A política é implementada pela Funai desde 1987 e tem o objetivo de respeitar os modos de vida e afastar a obrigatoriedade do contato com esses índios. Os servidores da área trabalham com respaldo de Franklimberg.
Servidores da Funai dizem acreditar que uma ala dos militares do governo deseja usar como “vitrine” para o governo Jair Bolsonaro o cuidado com esses índios mais isolados, já que o entendimento é de que a pauta tem impacto grande na sociedade e na mídia, sobretudo a internacional.
Uma política cuidadosa e, principalmente, respeitosa com os índios isolados poderia amenizar as críticas recebidas pela gestão em relação à Amazônia e os próprios índios, ampliada consideravelmente após o discurso de campanha e os primeiros atos do presidente da República.
Em uma medida provisória editada no início do governo para reestruturar a Esplanada dos Ministérios, o novo presidente transferiu da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura a atribuição de identificar, delimitar e demarcar reservas de índios.
Até então, a atribuição de definir as terras indígenas era da Funai, à época vinculada ao Ministério da Justiça. Agora, está sob o guarda-chuva do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Mesmo que o governo tenha acendido o sinal amarelo entre os funcionários de carreira da Funai durante a eleição, e ao editar a medida, alguns militares do alto escalão sinalizaram internamente respeito com o trabalho realizado pelo órgão nas matas.