O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, cresceu na bolsa de apostas para comandar o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no futuro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Filho de José Alencar, que foi vice de Lula em 2002, Josué já foi procurado duas vezes por interlocutores do petista. Uma conversa entre os dois deve ocorrer nos próximos dias.
Para aliados de Josué, essa poderia ser uma saída honrosa para a crise que enfrenta dentro da federação. Por isso, o empresário estaria inclinado a aceitar o convite, dependendo da estrutura do novo ministério.
Nos últimos meses, Josué Gomes tem sofrido pressão na Fiesp. Sindicatos de oposição à gestão do empresário publicaram no domingo (11) convocação de uma assembleia extraordinária no próximo dia 21 para discutir a conduta do presidente da entidade —e que poderá resultar em sua destituição.
A liderança da movimentação para destituir Gomes é atribuída ao ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, que ficou 17 anos no comando da entidade da indústria. Josué Gomes foi eleito em chapa única apoiada pelo antecessor.
Caso aceite, Josué terá que lidar, na condição de ministro, com seus opositores na Fiesp. Ele tem um dilema. Apesar da crise que enfrenta, toca pessoalmente os negócios, no Brasil e no exterior.
Já o coordenador dos grupos técnicos do gabinete de transição, o ex-ministro Aloizio Mercadante, é tido entre petistas como certo para comandar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Aliados de Lula afirmam que um anúncio sobre BNDES só deverá ocorrer após definição de quem irá comandar o MDIC, para evitar “atropelos”. Além do próprio BNDES, a Apex poderia vir a se subordinar à pasta.
Segundo interlocutores, Mercadante manifestou interesse pelo cargo e estaria inclinado a aceitar, caso seja oficializado o convite. De acordo com relatos, o ex-ministro já sondou nomes para compor sua eventual equipe.