Por sete votos a favor e duas abstenções, a Sala Plena do Conselho Nacional Eleitoral da Colômbia (CNE) aprovou nesta terça-feira (9) abrir uma investigação e formular acusações contra o presidente Gustavo Petro e outras três pessoas pela suposta violação do regime de financiamento das campanhas eleitorais. Ao rejeitar a decisão, o presidente afirmou que “começou um golpe de Estado”.
Em comunicado de imprensa, o CNE afirmou que foram omitidas prestações de várias contribuições e pagamentos, entre eles para testemunhas eleitorais, e que por isso a campanha que levou ao poder o atual chefe de Estado teria cometido sérias irregularidades.
Na decisão, os magistrados dizem que a investigação e a apresentação das acusações abarca as campanhas do primeiro e do segundo turno da coalizão Pacto Histórico, representada por Gustavo Francisco Petro Urrego, candidato; Ricardo Roa Barragán, gerente de campanha; Lucy Aydee Mogollón Alfonso, tesoureira; María Lucy Soto Caro e Juan Carlos Lemus Gómez, auditores, o movimento político Colômbia Humana e o partido político União Patriótica.
O CNE afirma que as irregularidades teriam ocorrido no primeiro turno, em 29 de maio de 2022, e no segundo turno, em 19 de junho do mesmo ano. “Nessa ordem, atribui-se ao candidato, ao gerente de campanha, à tesoureira e aos auditores a suposta violação do limite de gastos na campanha do primeiro turno”, diz o comunicado do CNE.
No segundo turno também teriam ocorrido violações dos limites e omissão da prestação de contas da campanha, segundo o CNE.
Petro reagiu em sua conta na rede social X, antigo Twitter, e manifestou: “Começou um golpe de Estado”.
Preid“Não tem nenhum golpe, sua campanha teria descumprido a lei, violou os limites e se burlou do país. O CNE não o tira do cargo, somente revela a verdade para a Colômbia. Chega de mentiras”, escreveu em sua conta no X o vereador de Bogotá pelo partido de oposição de direita Centro Democrático, Daniel Briceño.
Na Colômbia, a entidade responsável por investigar o presidente da República é a Comissão de Acusações da Câmara de Representantes, que deverá avaliar se existem ou não motivos para iniciar um processo formal de acordo com a decisão do CNE.