O presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, pede ação por parte dos órgãos de controle contra as fake news na área de saúde.
Para ele, informações falsas “podem trazer malefícios em qualquer campo da atividade humana”. “Quando alguém diz: ‘esse dispositivo’ não é bom para a saúde’ e ele é, vai gerar dano, não tenha dúvida”, afirma.
A agência foi alvo de desinformação durante a Covid-19, especialmente quanto à eficácia das vacinas.
Segundo o presidente da agência, a preocupação precisa ser ampla e não pode ser setorial. “A mídia digital é uma arma poderosa quando cai nas mãos de gente mal-intencionada. Devemos ter atenção por parte dos órgãos de controle para não deixar confortáveis e impunes os responsáveis”, alerta.
Barra Torres afirma que a agência segue sendo alvo de informações inverídicas, e que até um perfil falso seu em uma rede social foi criado, atribuindo a ele declarações que não deu. Quando houve a análise para a liberação de vacinas infantis, não só circularam notícias incorretas, como os servidores da agência foram alvos de ataques.
Ele comemora, no entanto, que apesar do que ele chama de “atividade criminosa” de fake news, brasileiros tenham aderido, por exemplo, à campanha de vacinação contra a Covid-19. “O Brasil vem de uma cultura vacinal. Há uma tradição de busca por vacina, que começa com Oswaldo Cruz”, diz. Foi Oswaldo Cruz quem, em 1904, propôs a vacinação obrigatória para controlar a varíola no país.
As fake news se tornaram o foco das eleições de 2022, com uma guerra de pedidos de resposta das candidaturas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Nesta quinta-feira, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou resolução que amplia seus próprios poderes, permite que derrube o acesso a plataformas que descumprirem decisões judiciais e reduz para até 2h o prazo para conteúdos inverídicos serem removidos.