O presidente da Assembleia Legislativa (AL-BA), deputado estadual Adolfo Menezes, apresentou o Projeto de Lei nº 25.200/2024 que propõe a outorga, ao município de Ipirá, do título de “Capital Estadual da Produção Industrial e Artesanal de Calçados e Artefatos de Couro”. Pelo documento, fica instituído o Festival do Couro, que será realizado anualmente, no mês de abril, na cidade de Ipirá, com a finalidade de dar visibilidade à produção industrial e artesanal de couro no município, além de reconhecer como manifestação cultural, de interesse social e turístico para Ipirá.
O legislador determina também que, na referida data, acontecerá, simultaneamente, a Exposição Estadual do Couro, denominada de Expocouro. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelam que o Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo, alcançando, em 2022, o montante de 234,4 milhões de animais, ficando no ranking de quarto maior produtor e o terceiro maior exportador de couro do planeta. Adolfo Menezes lembra, no entanto, que a produção de couro e de curtumes no território nacional está concentrada no Sul e Sudeste, regiões que reúnem a maioria das fábricas de calçados.
O parlamentar considera que “a qualidade do couro é fundamental para a cadeia produtiva dos seus derivados, porém a indústria do couro ainda não é intensiva em tecnologia, esbarrando na necessidade de inovações no processo de produção”. Ele explica que a Bahia, por ser também um estado com características agropecuárias, a produção de couro abrange todas as regiões do território, com diversos curtumes regularizados.
O presidente da AL-BA esclarece ainda que o município de Ipirá, devido à forte tradição pecuária, possui várias atividades industrial e artesanal relacionadas ao couro, especialmente nas localidades de Rio do Peixe, Malhador e Umburanas. Atualmente, no referido município, funcionam três curtumes de couro, cuja cadeia produtiva é classificada como couro artesanal e industrial com suas tecnologias. A produção de Artefatos de Couro em Ipirá está voltada especialmente para fabricação de carteiras, bolsas, cintos, chaveiros, sapatos, fivelas, chapéus, gibão e indumentárias de vaquejada.
Todos esses produtos são comercializados em feiras livres, no Polo Comercial às margens da BA-052, conhecida como Estrada do Feijão, e no Centro de Abastecimento de Ipirá. Os Polos Industrial e Comercial oferecem em media sete mil empregos diretos e indiretos, através dé fábricas como Coubali Aredda, Perazzo, Amez e Paquetá, que movimentam diversas instituições financeiras, a exemplo do Banco do Brasil, Bradesco, Banco do Nordeste e Santander.
“A outorga do título de ‘Capital Estadual da Produção Industrial e Artesanal de Calçados e Artefatos de Couro’, e a realização, ao mesmo tempo, do Festival do Couro e da Exposição Estadual do Couro, estarão consolidando o município de Ipirá como produtor industrial e artesanal de Calçados e Artefatos de Couro, valorizando toda cadeia produtiva do couro no território”, concluiu o chefe do Parlamento da Bahia.