O presidente Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Adolfo Menezes (PSD) afirmou em entrevista ao Bahia Notícias, que a mudança do PP para a oposição deve criar barreiras para a atuação governista.
Segundo Menezes, a tendência é que o governo tenha “muita dificuldade” para aprovar o projeto de lei que tenta adequar a Embasa ao marco legal do saneamento básico.
“Eu acredito que vai ter muita dificuldade, porque é um projeto que trata de uma empresa, a mais importante do estado, de água e saneamento, que é a Embasa. Existe um tensionamento pelo sindicato, que representa os funcionários e entende de uma forma. O governo entende de outra, acha que é benéfico”, comentou Adolfo.
O presidente da AL-BA ainda relembrou que o projeto enfrenta resistências até na base do PT, que é muito ligada aos sindicatos. Parlamentares petistas, como o deputado Marcelino Galo, chegaram a fazer declarações fortes no plenário contra a adequação, que, de acordo com os críticos, abre espaço para que a iniciativa privada tenha a maior parte das ações da Embasa.
“O líder Rosemberg [Pinto] é quem está na tratativa com esses sindicatos e com a bancada da oposição, mas eu acredito que não vai ser fácil, até porque alguns deputados da própria base do PT já se manifestaram contra. Como a política é muito dinâmica, vamos ver se eles se convencem que é melhor para a empresa, como o governador diz”, afirmou o presidente da Casa.
Adolfo avaliou que o governo, após 15 anos com uma maioria folgada na AL-BA, viu as coisas mudarem a partir da ida do PP para a oposição. Nesta quarta-feira (23), o projeto de lei complementar sobre a regionalização da operação da Embasa foi aprovado com uma margem pequena de votos.
“O dia de hoje mostrou que, neste ano, o governo vai ter muitas dificuldades para aprovar. Claro que hoje ainda temos a maioria, e esperamos que continue, mas é uma maioria apertada. Nesta tarde, o projeto de hoje dependia de 32 votos favoráveis e nós tivemos 34 votos”, relatou Adolfo.
Dois desses votos foram de deputados estaduais do PP, que devem continuar votando ao lado do governo: Aderbal Caldas e Jurandy Oliveira. Ambos já revelaram que não devem disputar uma reeleição para a AL-BA e pretendem seguir apoiando a gestão de Rui Costa.
Neste momento, de acordo com a contagem do líder da maioria Rosemberg Pinto (PT), a AL-BA possui 36 deputados estaduais governistas e 27 oposicionistas, o que representa uma mudança considerável em relação a março do ano passado: quando o governo registrava 43 parlamentares contra 20 da oposição.