O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, pediu desculpas nesta quinta-feira por um acidente de trem que matou 57 pessoas no país, prometendo corrigir deficiências de longa data no setor ferroviário e fornecer apoio financeiro às famílias das vítimas.
Um trem de passageiros com 350 pessoas a bordo, a maioria estudantes universitários, colidiu com um trem de carga no centro da Grécia em 28 de fevereiro, no pior desastre ferroviário do país.
“Quero reiterar um pedido público de desculpas em nome daqueles que governaram o país ao longo dos anos, e principalmente em meu nome”, disse Mitsotakis durante uma reunião de gabinete. “Eu assumo a responsabilidade.”
O acidente provocou indignação pública e protestos contra um sistema político que repetidamente ignorou os apelos dos sindicatos ferroviários para instalar e manter sistemas de segurança digital e contratar mais funcionários.
Na quarta-feira, dezenas de milhares de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento em Atenas, na cidade de Tessalônica, no norte, e em outras cidades da Grécia, nas maiores manifestações de rua que o governo conservador enfrentou desde que foi eleito em 2019.
O governo, que inicialmente planejava convocar eleições nas próximas semanas, já que seu mandato termina em julho, afirmou que o acidente ocorreu em grande parte por erro humano, mas também reconheceu deficiências principalmente devido ao subinvestimento e negligência – um legado da crise da dívida da Grécia.
Mitsotakis delineou as prioridades de seu governo nesta quinta-feira, que incluem uma investigação transparente sobre as causas do acidente e compensações às famílias das vítimas.
Ele disse que vão ser investidos mais de 270 milhões de euros na reforma ferroviária e prometeu contratar mais funcionários e melhorar a segurança com a instalação de sistemas de controle digital ao longo da rede ferroviária até o final de agosto.