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Primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, em Roma - Foto: Reuters
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quinta-feira 14 de julho de 2022 às 19:50h

Premiê da Itália renuncia, mas presidente rejeita pedido

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O premiê italiano Mario Draghi anunciou a desistência do cargo nesta quinta-feira (14), mas o presidente do país, Sergio Mattarella, rejeitou o pedido de renúncia. Em declaração, o gabinete do presidente pediu que Draghi se dirigisse ao Parlamento, para “obter uma imagem clara da situação política”.

O primeiro-ministro havia anunciado seus planos de renunciar após um dos partidos de sua coalizão governista, o Movimento 5-Estrelas, recusar apoiá-lo em uma votação para combater a alta dos preços no país. Essa votação se tornou o ponto central das tensões dentro do governo de Draghi. Em comunicado publicado por seu escritório, o premiê afirmou que “a coalizão de união nacional que apoiava este governo não existe mais”.

A decisão do Movimento 5-Estrelas de boicotar a votação e não apoiar o premiê deflagrou uma sequência de eventos que não apenas levaram Draghi a dizer que renunciaria, como mergulhou a Itália em incertezas políticas que põem em risco iniciativas consideradas importantes para a economia do país. Além de conter a alta de preços, a Itália tenta assegurar bilhões de euros em verbas da União Europeia, combater uma seca e reduzir a dependência no gás russo.

Ainda não está claro como Draghi responderá à intervenção de Mattarella, que tem a palavra final na política italiana. O presidente tem três opções: tentar convencê-lo a formar outro governo, encontrar um novo premiê interino para levar o país às eleições em 2023 ou convocar eleições antecipadas. A Itália não faz uma eleição no outono desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Normalmente, é nesta época que o Orçamento é aprovado pelo Parlamento.

Ex-presidente do Banco Central Europeu (2011-2019), Mario Draghi é primeiro-ministro desde 2021. Profissional do setor econômico e financeiro, ele nunca havia ocupado um cargo eletivo antes e não tinha ligação com partidos. Foi pinçado para a função por uma decisão pessoal de Mattarella, que viu nele uma figura de perfil técnico capaz de resgatar a economia nacional da crise provocada pela pandemia da covid-19. Para pôr em prática sua experiência econômica, porém, Draghi precisava antes vencer o teste político de garantir uma base de apoio parlamentar.

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