Para fechar o cerco contra a leptospirose em Salvador, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), intensifica o combate à doença no período de alta estação, quando há uma elevação de circulação de pessoas na cidade. A ação também antecede os meses com maior incidência de chuvas.
Nesta quarta-feira (4), os agentes atuaram no trecho de orla entre o Corsário e Jaguaribe. Já na quinta (5), será a vez do trecho entre Jaguaribe e Piatã e, na sexta-feira (6), a ação acontece entre Piatã e Itapuã, sempre das 8h às 12h.
Durante os meses de janeiro e fevereiro, equipes de agentes de endemia realizarão ações de inspeção para monitorar e fazer intervenção química em bocas de lobo, córregos e canais para redução da população de ratos nas regiões, o que minimiza os riscos de transmissão.
“Vamos unir todos os esforços para que a capital baiana possa reduzir significativamente os indicadores para a doença, além de oferecer um espaço saudável de circulação para os turistas nesse período. Não dá para esquecer que cada cidadão é o agente da própria rua e deve ter noção de que hábitos como evitar lixo nas ruas e como acondicionar melhor os resíduos ajuda bastante a reduzir a infestação de roedores e, consequentemente, a ocorrência de leptospirose”, explicou a chefe do Setor de Vigilância e Controle das Zoonoses Cristiane Yuki.
A gestora ainda chama a atenção sobre a vulnerabilidade à saúde dos acumuladores e catadores de materiais recicláveis. “Após a investigação de casos da doença na cidade, percebemos que esse público tem mais chance de se infectar. Devemos lembrar que a leptospirose pode levar a morte, portanto, é importante não acumular resíduos e caso tenha contato com esses materiais, usar equipamentos básicos de proteção, como luvas e algum tipo de calçado”, conclui.
Além da estratégia focada, as ações de rotina e bloqueio de casos seguem acontecendo nos 12 distritos sanitários. Para denunciar infestação de roedores, o cidadão pode ligar no Fala Salvador, 156.
Doença
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente principalmente na urina de roedores e transmitida ao homem. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama, tornando vulnerável qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas. As leptospiras presentes na água penetram no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento.
Os sintomas mais frequentes da leptospirose são parecidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas mais graves, geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados especiais.