Com a requalificação da Avenida Sete de Setembro, que deverá ser entregue nesta sexta-feira (14), a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), realizou nesta última quarta-feira (12) o reordenamento de ambulantes que atuam na via com uma nova concepção de ocupação do espaço público, completamente pensada para diminuir o risco de contágio do novo coronavírus.
Dos 162 ambulantes licenciados na localidade, 65 foram alocados para trabalhar em espaços amarelos delimitados no chão da própria avenida, entre a Praça da Piedade e o Beco Maria da Paz – o trecho possui 450 metros de extensão. Já os outros 97 vendedores estão sendo ordenados ao longo da via.
Na prática, são 65 faixas pintadas, cada uma com dois metros quadrados de área, facilitando que o distanciamento social necessário entre os trabalhadores seja cumprido.
De acordo com o diretor de Serviços Públicos da Semop, Adriano Silveira, as demarcações no asfalto só abrigam comerciantes informais que possuem estruturas fixas, a exemplos daqueles que usam tabuleiros e mesas para vender roupas e itens eletrônicos.
Já os vendedores com equipamentos volantes, como carrinhos de pipoca, de churros e de lanches, não ficarão nas áreas amarelas, mas nos passeios, que foram ampliados pelas obras de requalificação. “As medidas obedecem ao distanciamento preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Não adianta o comércio retomar na cidade, e isso inclui o informal, se for de maneira desorganizada”, disse Adriano Silveira.
Diálogo
O titular da Semop, Marcus Passos, reforçou que a administração municipal mantém diálogo constante entre os ambulantes da região, de forma a entender as necessidades e orientá-los sobre como proceder, principalmente nesse novo momento de pandemia.
“A intenção da Prefeitura é cumprir os protocolos de saúde, com o objetivo de preservar ambulantes e clientes, bem como a todos que circulam pela Avenida Sete. Acreditamos que, com esse reordenamento, todos saem ganhando: serão mais pessoas circulando na região, o que deve refletir em um aumento nas vendas dos vendedores informais”, avaliou o secretário.
O presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes de Salvador (Assidivan), Rosemário Lopes, também enxerga a reorganização dos trabalhadores informais da Avenida Sete como ação fundamental para a retomada das vendas.
“Não tem como ficar como estava. Os trabalhos de ordenamento estão sendo feitos dentro de critérios acordados com a nossa categoria. Há dois anos, a Prefeitura vinha conversando com a gente, chegando a disponibilizar até um Escritório Social”, lembrou ele, reforçando que a Assidivan possui quase mil associados.
Melhorias em passeios
A requalificação da Avenida Sete de Setembro e da Praça Castro Alves envolve várias intervenções, a exemplo da ampliação da calçada do lado esquerdo da via, que saiu de 2,5 para cinco metros de largura. Isso vai melhorar a vida tanto de pedestres quanto de trabalhadores informais.
Outra melhoria perceptível pelos cidadãos, ainda referente aos passeios, foi a renovação do calçamento de pedra portuguesa, que preservou as características históricas originais do local – inclusive os brasões que há em alguns pontos. Além disso, foram colocados piso tátil e rampas de acessibilidade, tornando o trajeto mais inclusivo para pessoas com deficiência.
A obra envolveu ainda troca de asfalto velho por novo, rebaixamento de fiações de telecomunicações, implantação de novo mobiliário urbano e substituição do piso da Praça Castro Alves, agora em paralelepípedo (como era antigamente), com espaço compartilhado entre pedestres e veículos, em mesmo nível.