A cidade de Tapiramutá, localizada a cerca de 350 km da capital baiana, com o objetivo de contribuir com a agricultura familiar e diminuir a evasão populacional que tem afetado negativamente o município nos últimos anos, está executando o programa Procítrus, uma proposta que visa colaborar com a produção de frutas cítricas, como o limão e a laranja. A cidade investe inicialmente cerca de R$ 350 mil, beneficiando aproximadamente 30 famílias em 6 comunidades.
Tapiramutá já foi referência na produção e exportação de café, mas, acometida pelas longas estiagens, perdeu produção agrícola e veio sofrendo com a evasão de moradores, o que acarretou, consequentemente, no enfraquecimento da sua economia e na perda do título de grande exportadora cafeeira. Para reverter a situação, o município está investindo no projeto que surgiu a partir de estudos realizados por técnicos, que analisaram as condições climáticas e situação do solo do município. A partir disso, o projeto foi elaborado e aprovado na Câmara Municipal em março do ano passado.
O projeto da Prefeitura de Tapiramutá vem auxiliando os agricultores com a assistência técnica, mecanização e preparo do solo. Algumas comunidades já receberam as mudas das frutas cítricas e já estão em fase de plantação. Com o desenvolvimento das mudas e posteriormente a colheita, a prefeitura irá auxiliar os produtores com a exportação dos produtos.
As comunidades beneficiadas com a proposta são a 2 de Julho, 19 de Março, Morro Bonito, Cafundó, Riacho Fundo e Nova Esperança. Para o morador de Cafundó, Nei Silva, o programa vai “incrementar a renda familiar, sendo que com o plantio de limão, laranja e pocã, a condição de vida das pessoas da zona rural será melhorada”. O morador ainda acredita que, futuramente, “os agricultores poderão gozar de produtividade”.
Para o prefeito do município, Djalma Santos Júnior, o projeto “era um sonho que agora está sendo realizado”. O gestor comenta também que com a execução do projeto, a procura por outros municípios do estado para a exposição da ideia tem sido intensificada e que para ele isso se consagra como “um diferencial da cidade Tapiramutá”.
O programa é uma proposta que tem o objetivo de ser contínuo. “Com certeza a indústria vai se firmar em Tapiramutá e poderá ser futuramente um polo de citricultura, não só com produtos de mesa, mas também para exportação e até mesmo para a indústria”, disse Débora Bastos, técnica na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).