Desde abril deste ano, a Prefeitura de São Paulo adotou o sistema de internação involuntária de usuários de crack e de outras drogas. A medida é permitida por lei desde 2019, mas, até então, não havia sido adotada na cidade. A legislação prevê que dependentes químicos podem ser internados contra a vontade deles a pedido de familiares ou de responsáveis legais.
Segundo a prefeitura, desde abril, houve 22 casos de famílias que procuraram o município para realizar internações involuntárias na cidade. Entretanto, o executivo não confirmou que foram 22 pessoas internadas. A reportagem questionou o órgão e aguarda retorno.
No último mês, a polícia tem realizado dispersões na Cracolândia. No dia 27 de maio, uma operação ocorreu na praça do Cachimbo, e a polícia prendeu seis pessoas e deteve um adolescente.
Segundo a prefeitura, após esse tipo de dispersão, o órgão tem registrado crescimento do número de dependentes químicos que aceitaram o serviço terapêutico oferecido pelo programa Redenção.
O tratamento médico para dependentes químicos é oferecido em 97 unidades de CAPS e de 23 UPAs. A internação ocorre voluntariamente, quando o próprio dependente químico recorre à prefeitura, e involuntariamente, quando familiares ou representantes legais desses cidadãos procuram o Estado para fornecer acolhimento terapêutico.