A prefeitura de Porto Alegre demoliu nesta última sexta-feira (10) a passarela junto ao Túnel da Conceição, utilizada por pedestres para chegar à rodoviária, no centro. A decisão foi tomada para viabilizar a criação de um “corredor humanitário”, a fim de permitir a passagem de caminhões, tanques e outros veículos de grande porte entre a capital do Rio Grande do Sul e a vizinha Canoas, duas das cidades mais afetadas pela enchente e a chuva extrema no Estado.
“A comida tem de chegar, a ambulância tem de passar, o Exército tem de passar. Vai ser um corredor que salva vidas”, declarou o prefeito, Sebastião Melo (MDB) durante coletiva de imprensa.
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A medida envolve também a criação de uma pista de acesso provisória, com a colocação de pedras rachão e brita em cerca de 300 metros da Avenida Castelo Branco, que está parcialmente encoberta pela inundação. O novo caminho será uma rota logística de veículos de apoio à crise ambiental e humanitária. Ou seja, carretas e grandes caminhões com cargas e mantimentos. A princípio, não será destinada à circulação de automóveis da população civil, somente órgãos autorizados.
Caminhões e veículos com doações e itens de primeira necessidade têm enfrentado engarrafamentos para trafegarem de uma cidade à outra, pela RS-118. A previsão é que a via alternativa esteja pronta até o fim da sexta-feira, 10, com a demolição da passarela pela manhã. Há diversas vias e rodovias com bloqueios no Estado, o que tem dificultado a circulação de itens essenciais e a prestação de socorros e engarrafado os poucos caminhos disponíveis.
O balanço mais recente aponta mais de 1,7 milhão de afetados em 431 dos 497 municípios gaúchos. Ao menos, 68,5 mil pessoas estão em abrigos e 327,1 mil estão desalojadas, de acordo com balanço da Defesa Civil.
Dos 107 óbitos confirmados, ao menos quatro foram em Porto Alegre. Autoridades têm destacado que os números são preliminares e aumentarão nos próximos dias ou semanas.
Cidades da região metropolitana estão em estado de calamidade. Há falta de insumos e remédios variados, além da escassez de mantimentos nos mercados e dificuldade para o acesso à água potável e energia. A situação tem causado uma fuga em massa para o litoral nos últimos dias.