Visando ampliar as discussões, capacitar profissionais e debater formas de enfrentamento ao suicídio, no mês da campanha nacional de prevenção, a Prefeitura, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III), reuniu, na manhã da última quarta-feira (18), agentes comunitários de saúde para uma abordagem sobre cuidados, acolhimento, formas de tratamento, diagnóstico e sintomas relacionados à ideação suicida, depressão, ansiedade, fobias, alterações de humor, compulsões e outras psicopatologias.
A programação foi iniciada pelo enfermeiro Paulo Martins, em um momento de acolhimento para os profissionais, e a psiquiatra Simone Paes conduziu a palestra de abertura, propondo reflexões sobre o papel do agente comunitário de saúde na relação direta com as famílias dos bairros em que estão inseridos e destacando aspectos biopsicossociais.
“O Setembro Amarelo é um movimento em favor da vida. Temos que dedicar nossa atenção também aos jovens. Cabe a nós ajudá-los a recobrar o desejo de vida. O que será do futuro de pessoas que querem se matar aos 15 anos? Identificar o sofrimento psíquico, encaminhar para a assistência e registrar a tentativa de suicídio para uma estatística fiel, porque ainda temos, no nosso país, de forma geral, dificuldades de subnotificação”, pontuou, durante o encontro, Simone Paes, que ressaltou também a importância do acolhimento para minimizar o sofrimento. “Sem os agentes de saúde, a Assistência Básica não acontece, assim como as estatísticas não aparecem, e nenhum tipo de programa pode ser desenvolvido se não tivermos os dados que vocês colhem”, disse a psiquiatra aos agentes comunitários.
A diretora da Atenção Básica, Eliana Ferreira, falou sobre os números do suicídio. A cada 40 segundos, 1 novo caso é registrado, no mundo. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam também que o suicídio é a 3ª causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e a 7ª, entre crianças na faixa de 10 e 14 anos de idade.
Segundo ela, é preciso desmistificar o tema e capacitar profissionais para o acolhimento. “Precisamos trabalhar o tema suicídio que é hoje uma questão de saúde pública”, salientou.
A coordenadora do CAPS III, Valeska Oliveira, chamou a atenção para o trabalho realizado pelos agentes comunitários de saúde e destacou a importância do momento de compartilhamento de experiências, de encontro e escuta para que o município acolha a demanda e o agente comunitário saiba para onde referenciá-la.
O evento contou ainda com contribuições do psicólogo Moacir Lira e da enfermeira sanitarista Layla Kelly, que ministraram palestras na Casa Legislativa.
A Secretaria de Saúde informou que o intuito é discutir prevenção ao suicídio não apenas durante o mês de setembro, mas ampliar as formas de cuidado e sensibilizar a rede para o acolhimento.
O encontro, realizado das 8h às 12h, foi direcionado aos agentes comunitários de saúde.