Um convite à solidariedade ocorre, no sábado (19), com uma ação de combate à pobreza menstrual – como é chamada a dificuldade de acesso às condições básicas de higiene por parte das mulheres que menstruam e que afeta principalmente a população mais carente. Com apoio da Prefeitura, um drive-thru para a arrecadação de produtos de higiene pessoal será realizado, das 9h às 19h, no Campus Tancredo Neves da Universidade Salvador (Unifacs).
Poderão ser doados pacotes de absorventes, sabonetes, papel higiênico e kits de shampoo e condicionador. O montante arrecadado será encaminhado para as instituições Lar Pérolas de Cristo, que recebe crianças e adolescentes para acolhimento institucional; Movimento Popular de Rua, voltado para pessoas em situação de rua; Instituto Renascer Mulher, que trabalha com jovens em comunidades carentes; e para o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (Gapa-Bahia).
A ação, que tem como madrinha a vice-prefeita e secretária de Governo (Segov), Ana Paula Matos, é realizada pelo projeto Ambulatório Multiprofissional em Saúde (AMU), que faz parte da Extensão Comunitária da Unifacs. Também são parceiros da iniciativa a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Empresa Salvador Turismo (Saltur), Cufa Bahia, TV Aratu e os projetos Rede Afeto e Luto por Elas.
“Nós presenciamos o surgimento de uma rede solidária durante a pandemia para a doação de alimentos e kits de limpeza para quem mais precisa, mas essa rede precisa atender também a outras mobilizações importantes, a exemplo do combate à pobreza menstrual. Então, o drive-thru é uma ação que busca sensibilizar, mostrar para a sociedade que a pobreza menstrual acontece e chamar as pessoas para doar absorventes, papel higiênico, sabonetes, shampoo, enfim, produtos básicos de higiene pessoal que muita gente não tem acesso”, afirma a coordenadora de Infância e Adolescência da SPMJ, Dinsjani Pereira.
Dados
A pobreza menstrual é uma definição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que designa a falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento por parte das pessoas que menstruam. O relatório Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos, publicado pelo Unicef no final do mês de maio, revelou que 713 mil meninas do país não têm acesso a banheiros ou chuveiros em suas casas para se cuidar quando estão menstruadas. Outras 4 milhões não têm, na escola, itens de cuidados básicos para esse período.
Além disso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 13 milhões de brasileiros se encontram abaixo da linha da pobreza e consideram o absorvente um item de luxo.