A demora do presidente Jair Bolsonaro em sancionar a lei que autoriza o repasse direto da ajuda de R$ 60 bilhões para Estados e municípios enfrentarem os efeitos da covid-19 deixou prefeitos de todo o País em estado de alerta. Entidades municipalistas afirmam que pode haver atrasos nos pagamentos dos salários de maio dos servidores. As cidades têm sofrido com a queda na arrecadação e contam com o auxílio federal para recuperar seus caixas. Bolsonaro tem até quarta-feira para sancionar a proposta – que já está em sua mesa há quase 20 dias.
Segundo o Estadão, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Glademir Aroldi, diz que o atraso tem impactos diretos na economia local. Ele lembra que os profissionais da Saúde também poderão ser atingidos.
“A falta de previsibilidade não vai ajudar na retomada da economia, como o governo quer”, disse à Coluna Gilberto Perre, secretário-executivo da Frente Nacional de Prefeitos.
Segundo Aroldi, o Ministério da Economia informou que, a partir da sanção, pode-se demorar cerca de sete dias para os valores chegarem nos cofres dos municípios. Assim, os salários correm o risco de ficar para depois do quinto dia útil de junho.
As duas entidades destacam que, mesmo com a recomposição de receitas que caíram e a ajuda do governo federal, os municípios deverão enfrentar ainda mais dificuldades a partir do segundo semestre.
“Até agosto vamos sobreviver, mas, depois, não há nenhuma ajuda prevista”, afirmou Aroldi.