Presidente da UPB aponta perda para economia e tradição dos municípios, com cancelamento das festas
A tradição dos municípios baianos de celebrar o período junino no interior com shows, festas de largo e comidas típicas não se concretizará este ano. Em meio à pandemia do coronavírus e com a adoção de medidas sanitárias, o caminho que resta aos prefeitos é o cancelamento dos festejos juninos (Santo Antônio, São João e São Pedro) pelo segundo ano consecutivo. Os gestores alegam que o cenário de um ano atrás permanece o mesmo.
Amargosa, Itaberaba, Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Irecê, Ibicuí e Miguel Calmon são alguns dos municípios que devem sinalizar nos próximos dias o cancelamento da festa em um comunicado conjunto. Para o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Jequié, Zé Cocá, a medida não era a desejada pelos prefeitos, mas se tornou inevitável. Ele ressalta que o cancelamento representa “um prejuízo incalculável para economia e tradição dos municípios porque é uma cadeia produtiva de quem cozinha comidas típicas, hospeda pessoas em casa, até o comércio local que se movimenta em torno da festa”.
O prefeito do município de Ibicuí, Marcos Galvão, compartilha dessa opinião e lamenta ter que cancelar um dos arraiás mais famosos do estado. “Representa uma grande perda econômica. O São João movimenta cerca de R$8 milhões para o município, mas para nós, o mais importante não é a economia. Quando falamos em vidas, nada mais importa”, conta o gestor.
Em Itaberaba, na Chapada Diamantina, o festejo junino também tem peso na economia ao movimentar cerca de R$3 milhões no comércio local. O prefeito do município, Ricardo Mascarenhas, afirma que a realização da festa este ano se tornou inviável e que a prioridade de Itaberaba hoje é a saúde. “Não tem vacina. Não tem como fazer sem vacinar o povo”, aponta o prefeito que também é diretor da UPB.
Outro município com tradição em comemorar o festejo junino, Amargosa também pretende acumular o segundo ano sem forró na Praça do Bosque. O prefeito Júlio Pinheiro adiantou que articula com os gestores de cidades com maior tradição na realização de festas para emitir uma nota conjunta. “Vamos ratificar a falta de condições sanitárias. Permanecemos com o mesmo cenário do ano passado de inviabilidade por conta da pandemia”, destaca Pinheiro.