Após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na quinta-feira, o prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), rebateu as suspeitas de corrupção, insinuando conforme Daniel Gullino, do O Globo, que foi alvo de perseguição, e reuniu apoiadores em um comício.
Furlan lidera com folga as pesquisas de intenção de voto. No último levantamento da Quaest, divulgado na segunda-feira, ele aparece com 86%. Em um distante segundo lugar estão Aline Gurgel (Republicanos) e Patrícia Ferraz (PSDB), ambas com 4%.
Batizada de Plattea, a operação da PF teve como objetivo investigar indícios de fraude em um contrato de R$ 10 milhões destinado à urbanização, paisagismo e aterro hidráulico de uma rua na capital do Amapá. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), incluindo em endereços ligados ao prefeito.
De acordo com informações da PF, “a empresa vencedora da licitação teria pago vantagens indevidas, em média 5% do valor a que tinha direito pelo serviço prestado, para servidores públicos municipais”. Depois, os pagamentos teriam subido para 20% do valor a ser recebido pela empresa. A suspeita é que a propina tenha chegado a R$ 500 mil.
Em vídeo, Furlan não comentou diretamente a operação, mas afirmou que “as práticas de velha política entraram em ação” e disse confiar na Justiça:
— A Prefeitura de Macapá sempre esteve à disposição dos órgãos de investigação e fiscalização para garantir a transparência dos fatos. E nós confiamos e acreditamos na Justiça.
De noite, a campanha organizou um evento batizado de “mega encontro”. O prefeito buscou mobilizar seus apoiadores, dizendo para “cada um” deles “vestir a camisa da luta”.
Como o GLOBO mostrou, a liderança de Furlan fez com que Josiel Alcolumbre, irmão do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), desistisse de concorrer à prefeitura. Josiel, que em 2022 foi derrotado pelo atual prefeito no segundo turno, está disputando uma vaga de vereador.