O prefeito Carlinhos Schiessl (MDB), de Bela Vista do Toldo, no Norte de Santa Catarina, passou a ser investigado após ameaçar um policial militar durante uma abordagem de trânsito.
Em vídeos que viralizou nas redes sociais, o político aparece exaltado, afirmando que “manda na cidade” e que é “chefe” do militar. O caso ocorreu no último domingo (2).
Assista:
A Polícia Civil de Santana Catarina abriu um inquérito para apurar o caso. Segundo o delegado responsável, há indícios de ameaça, abuso de autoridade e concussão (corrupção passiva). O prefeito afirmou que se manifestará sobre o caso apenas nesta quarta-feira (5).
O episódio teve início quando um policial militar abordou um motorista, que não usava cinto de segurança e dirigia um veículo com o licenciamento vencido. Seguindo o procedimento padrão, o militar comunicou que o carro seria guinchado.
No entanto, momentos depois, o prefeito Carlinhos Schiessl chegou ao local e interveio na ação, afirmando que a remoção do veículo não era necessária. O policial manteve sua posição, explicando que estava apenas cumprindo a lei. Foi então que o tom da conversa mudou, e o prefeito começou a fazer ameaças diretas ao policia
“Eu vou lutar para te tirar daqui de Bela Vista”, disse Schiessl, batendo no peito e afirmando: “O prefeito aqui sou eu”. Ao sair, ele reforçou: “Vou mostrar quem manda nessa cidade.”
Em um segundo vídeo, já dentro de um carro, o prefeito volta a confrontar o policial: “Eu não vou bater boca com você porque eu sou prefeito e eu sou o teu chefe.”
Após a saída do prefeito, o condutor do veículo se recusou a fazer o teste do bafômetro. No entanto, segundo a PM, ele apresentava sinais claros de embriaguez e foi conduzido à delegacia para os procedimentos cabíveis. O carro, conforme previsto na lei, foi guinchado e levado ao pátio do Departamento de Trânsito.
Chefe?
Apesar da afirmação de Schiessl, prefeitos não possuem autoridade sobre policiais militares, que são servidores públicos estaduais e subordinados ao governador do estado. Demissões e transferências só podem ocorrer por meio de processos administrativos internos da corporação.
A Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc) e o 3º Batalhão da Polícia Militar divulgaram notas oficiais prestando apoio ao policial envolvido na abordagem.