Líderes de partidos de centro relatam ao colunista Fábio Zanini, da Painel, que têm sido procurados por prefeitos e pré-candidatos do PL, que têm sondado a possibilidade de mudarem de sigla para as eleições municipais de outubro. O prazo para filiação partidária se encerra no começo de abril.
A procura começou após 8 de fevereiro, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e aliados de ambos foram alvos de operação da Polícia Federal sobre suposta articulação golpista.
Os pré-candidatos e prefeitos têm relatado dois temores. O primeiro deles é com uma eventual prisão de Bolsonaro, que poderia levar à perda de capital político do ex-presidente e contaminar negativamente as campanhas municipais.
O segundo, mais recorrente e destacado com mais ênfase, é o de que a Justiça bloqueie recursos do partido, deixando-os em dificuldades financeiras. Nesse ponto, a preocupação é a de que a Justiça entenda que o dinheiro do PL foi utilizado para a execução do suposto plano do golpe e decida punir o partido com o bloqueio dos valores do fundo eleitoral.
O relatório da Polícia Federal afirma que o partido comandado por Valdemar foi instrumentalizado “para financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares.”