O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda, jantaram na sexta-feira (30), em Alagoas, para dar início a conversas sobre uma fusão do PP com o partido de Rueda.
Procurados, ambos confirmaram o encontro e se resumiram a dizer: “em tratativas”.
Como a GloboNews revelou nesta semana, o Centrão está se mexendo de olho em mais poder em 2023 diante da expectativa de vitória do ex-presidente Lula.
O objetivo é criar uma superbancada na Câmara dos Deputados um dia depois do 1º turno. O PP, hoje, tem 58. O União Brasil, 51. A expectativa do União Brasil é eleger 65 deputados neste domingo.
Rueda, da foto, conduz a movimentação pelo União Brasil. Pelo PP, além de Lira, Ciro Nogueira, o ministro da Casa Civil, negocia a fusão.
A ideia dos líderes dos partidos é de que a nova sigla tenha cerca de 120 deputados –provavelmente será a maior bancada da Casa. Hoje, a maior bancada é a do PL, com 76 deputados.
PP e PL são partidos do Centrão. Já o União Brasil é fruto da fusão do DEM com o PSL (esse último era o partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu em 2018 e com o qual rompeu no início do governo).
Por ter eleito a maior bancada em 2018, o União Brasil tem direito a um fundão bilionário – usado para custear campanhas eleitorais. Por isso também é um partido cobiçado pelos políticos.
As peças do chamado Centrão estão se mexendo conforme a eleição presidencial caminha para uma definição.
Se Lula ganhar, o Centrão quer se tornar indispensável, pois sabe que não será a escolha preferencial do candidato do PT dentro do Congresso, já que conta com bancadas de esquerda e, também, de centro, como MDB e PSD.
PP e União Brasil discutem fusão e podem formar superbancada no Congresso