A Bahia cresceu 158% em potência instalada de Geração Distribuída (GD) nos últimos 12 meses. O termo GD é utilizado para a energia elétrica gerada próxima ou no local de consumo. São 36,6 MW de potência instalada, 3,4 mil unidades geradoras, 4,7 mil unidades que recebem créditos e mais de 151,7 mil módulos fotovoltaicos. Só em 2019 foram mais de R$ 60 milhões investidos no setor na Bahia. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), durante o painel “As potenciais mudanças para a Regulação da Geração Distribuída”, que ocorreu nesta quarta-feira (04), no Bahia Energy Meeting, maior evento de energia renovável realizado no Nordeste.
De acordo com a diretora de Interiorização do Desenvolvimento da SDE, Laís Maciel Lafuente, a atuação do governo baiano em GD este ano mudou a realidade do setor. “Já existe geração distribuída no interior do estado e é muito maior do que nós apresentávamos há cerca de quatro meses. Isso é fruto da nossa atuação com o Sebrae e com as empresas do setor. Queremos seguir articulando e fomentando o setor, atraindo indústrias, gerando empregos e fazendo encadeamento produtivo”, afirma.
Os dados da secretaria mostram que na Bahia 43,8% da potência instalada pertence à classe comercial. Revelam ainda que 28,06% das unidades geradoras estão localizadas em Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari. A diretora explica que a principal meta para 2020 é sensibilizar ainda mais os gestores municipais. “Vai ser um ano fundamental de transição e a gente entende que o gestor municipal é referência. Se a prefeitura começa a aderir a uma política solar distribuída, isso prolifera com maior velocidade, mostrando que é possível para as micro, pequenas e grandes empresas. Esse é o nosso maior objetivo: interiorizar investimentos e gerar empregos no interior do Estado”.
Resolução de GD
Outro assunto debatido no evento foi a proposta de alteração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na forma de compensação da energia que pode taxar em até 62% a geração distribuída. Caso ocorra, de acordo com a SDE, a mudança pode implicar em impactos consideráveis ao setor que pode deixar de gerar mais de 12 mil empregos diretos e indiretos até 2035. O Governo do Estado tem construído um ambiente de oportunidades para este setor continuar crescendo na Bahia. Por isso, acredita que a proposta da Aneel precisa ser revista com urgência.